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Treino em terreno baldio, corte no Bolsa Atleta e a dura realidade dos heróicos atletas olímpicos – Escreve Marcos Thomaz

Tudo muito bom, tudo muito belo!

 

Ouro reluzindo, Brasil no pódio, recorde histórico de medalhas.

 

Novos ídolos mirins e veteranos.

 

Histórias mágicas, feitos de superação.

 

Aos vencedores, premiações, bônus etc.

 

Izaquias, ouro na canoagem, por exemplo, receberá 330 mil reais pela conquista. Teve colega de imprensa considerando o valor algo bem significativo e chamando até de benesse as premiações ao baiano.

 

Benesse?? No senso comum e no meu imaginário esse termo é atribuído a privilégios de políticos e apaniguados, ou qualquer outra vantagem baseada em comodismo. A tradicional “boquinha”.

 

O repórter, dando ar de relevância, reconhecimento ao valor de 330 mil reais por uma medalha de ouro parece esquecer que o menino Ney, por exemplo, ganha isso em um dia de férias em Ibiza.

 

Ah, mas Daniel Alves, o verborrágico oco (fala, fala,fala e não diz alhos com bugalhos) não quer que critiquem o futebol! Magoa mexer com o intocável. Mesmo quando os boleiros ricos agem isolados, como se não fizessem parte do TIME BRASIL.

 

Mas, passada a ressaca da celebração, eis a dura realidade para a imensa maioria, aqueles que não subiram ao pódio (mais de 90% da delegação brasileira).

 

Falta de patrocínios, ausência de espaços para treinos, corte vertiginoso nas bolsas governamentais.

 

Sim, ô da poltrona, mas nem se espante se os resultados forem devidamente apropriados pelo governo Bolsonaro como êxito de sua gestão.

 

E pode baixar as armas, que a competição de tiro acabou junto as Olimpíadas.

 

Longe, bem longe de ter sido a anomalia bolsonarista quem inventou essa famigerada prática de tirar proveito político de fatores externos. E o esporte é um grande filão para os oportunistas. Dos melhores.

 

Mas mesmo não sendo o pai da infâmia de capitalizar com a conquista dos outros, o Bolsonarismo tem ainda menos legitimidade sobre o feito atual.

 

Pelo simples fato de que, além de pouco ajudar, quis atrapalhar, de fato…

Apenas no ano passado o corte vertiginoso aplicado pelo governo Bolsonaro sobre o Bolsa Atleta chegou aos 50%.

 

Ou seja, um país com histórico já cambaleante no apoio ao desporto, “cortou na carne” a pouca fatia ofertada.

 

Isso sem falar no Ministério do Esporte “rebaixado” ao status de secretaria.

 

Para se ter idéia, dos 309 atletas que representaram o Brasil em Tóquio, quase 50% da delegação vive com menos de dois mil reais de auxílio de programa de incentivo ao esporte. Quase 25% sequer tem auxílio governamental.

 

Aguardando a tradicional recepção aos heróis olímpicos e ver qual o artifício montado pelos bolsonaristas. Mas esse pão e circo não vai colar. Essa Fake News já aparece natimorta.

 

Todas as honras e méritos dos resultados foram desses verdadeiros guerreiros que praticam esporte olímpico em um país inglório como o Brasil.

 

Muiro além do mundo dos pódios, grande feito é o do catarinense Darlan Romani… o atleta do arremesso de peso alcançou um fenomenal quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, tendo passado o último ano treinando em um terreno baldio ao lado de casa, no interior paulista.

 

Os verdadeiros heróis de suas próprias histórias são estes atletas. O resto é perfumaria, pegar carona no esforço alheio!

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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