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PEQUENOS DETALHES SOBRE O RÁDIO E OS 84 ANOS DA ANTIGA PRI-4 – leia Demétrius Faustino

Foi pela imprescindibilidade da comunicação entre navios e postos em terra que surgiu o rádio, cujo nascedouro se deu nos Estados Unidos da América, através dos experimentos do Engenheiro Frank Conrad, da Westinghouse, e que posteriormente instalou a primeira emissora comercial do mundo: a KDKA.

No Brasil, um dos mais importantes eventos ocorridos foi no ano de 1922, quando da apresentação de um eletrônico instalado no alto do Morro do Corcovado pela mencionada empresa norte-americana Westinghouse, onde se ouvia som, fala ou música em toda a cidade. Era a radiofonia chegando ao Rio de Janeiro.

Foi um momento tão relevante que Roquette Pinto, um médico que pesquisava a radioeletricidade para fins fisiológicos, acompanhava tudo e, entusiasmado com as transmissões, convenceu a Academia Brasileira de Ciências a apoiar a criação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro em 1923, e que viria a ser a PRA-2. Com tal criação, Roquette ecoou por todos os cantos e recantos: “Eis o grande veículo para educar nosso povo”.

De forma oficial o rádio nasceu no Brasil, em 7 de setembro de 1922, quando das comemorações do centenário da Independência do país, cuja fala foi do presidente Epitácio Pessoa, onde nas palavras do historiador José Octávio de Arruda Mello a fala do presidente “deu à Paraíba a ilusão de governar o resto do país”.

Mas foi Roquette Pinto que de forma efetiva bateu em portas públicas e privadas até conseguir recursos para a aquisição desse equipamento eletrônico.

Na Paraíba, temos uma das mais antigas rádios em pleno funcionamento, e, diga-se de passagem, a 17ª mais antiga do Brasil: Trata-se da Rádio Tabajara, criada em 25 de Janeiro de 1937 pelo então governador Argemiro de Figueiredo sob o nome de Rádio Difusora da Paraíba PRI-4, onde no seu auge exibia conforme pesquisas efetuadas, programas de auditório com artistas de fama nacional e até internacional. Ou seja, a Rádio Tabajara seguiu o modelo de programas de auditório que davam grandes índices de audiência e criavam celebridades. Um dos destaques foi a Orquestra Tabajara, do maestro Severino Araújo que, depois passou uma temporada pelo rádio pernambucano e firmou-se no Rio de Janeiro em 1944.

Sem chegar à exaustão, importante tecer a seguir, alguns fatos de forma resumida envolvendo a Rádio Tabajara:

A Rádio PRI4, depois transformada em Tabajara, foi criada com a finalidade de difundir programas de caráter artístico, cultural e educativo.

Entretanto, com a entrada do Brasil na II Guerra Mundial, a sua audiência passou a ser dividida com as ondas curtas da Rádio Nacional e o Repórter Esso, além de transmitir os boletins noticiosos da BBC de Londres, onde grande parte da população se postava junto à cadeia de alto-falantes instalados na Praça João Pessoa, já que havia poucos aparelhos receptores na cidade, pois basta afirmar que no Bairro de Cruz das Armas, por exemplo, apenas três ou quatro comerciantes possuíam tal equipamento.

Narra Ednaldo do Egypto literalmente que “nas recepções externas, os aparelhos davam tantas descargas que os poucos e vaidosos donos faziam média junto aos ouvintes: ‘essa zoada é o som das metralhadoras em campo de guerra, diretamente da Alemanha’. E alguns incautos engoliam a fanfarronice”.

Outro fato é o de que o forró nordestino foi levado para o sul do país, por Jackson do Pandeiro e Marinês, que animavam as matinais de domingo da emissora paraibana; Haroldo Miranda, por sua vez, conhecido como o animador dos brotinhos lançou a Revistinha das doze, um broadcast alegre que se transformou na onda da cidade; Jurandi Barroso irradiava diariamente às 12:30 horas o divertido programa Uma coisa e outra  com a participação de comediantes, cantores e conjunto musical; Já Paulo Pontes, falecido antes do tempo, escrevia e apresentava textos de humor na Tabajara. Sem olvidar ainda, do locutor Humberto Lucena, que tempos depois viria a ser Senador, chegando a presidir o Congresso Nacional. E por ai vai.

Mas eis que essa supremacia dos programas de auditório teve a sua duração interrompida no ano de 1968, quando foram suprimidos, restando à remoção dos músicos e cantores para repartições como funcionário públicos.

Terminamos o texto desejando que a Tabajara continue difundindo música, cultura e informação.

Parabéns a velha e boa Rádio Tabajara.

João Pessoa, janeiro de 2021.

Thaysa Videres
Thaysa Videres
Jornalista - Assessora de Comunicação - Repórter do PautaPB / [email protected]

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