O candidato a prefeito em João Pessoa, Ruy Carneiro (PSDB), que afirma na sua propaganda eleitoral que não é envolvido em casos de corrupção, é citado como réu em um procedimento investigatório criminal, do Ministério Público da Paraíba (MPPB). Conforme o documento, a denúncia de irregularidades está relacionada a execução de contratos para fornecimento de cadeiras e móveis com a empresa Desk Móveis e Produtos Plásticos LTDA, firmados em 2009 pela Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer da Paraíba (Sejel-PB), enquanto o psdbista ocupava o cargo de secretário.
Na investigação, conforme o texto, foi detectada fraude licitatória, superfaturamento de produtos, desvio de recursos públicos, danos ao erário, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O prejuízo estimado no período chega a R$ 1.550.800,00 (um milhão, quinhentos e cinquenta mil e oitocentos reais).
De acordo com documento, foi firmado um aditivo em 22 de janeiro de 2009, entre a Sejel-PB e a empresa, decorrente de pregão presencial realizado pelo Governo do Piauí, para que fossem adquiridos equipamentos esportivos que seriam instalados nos ginásios e estádios localizados na Paraíba, no valor de R$ 3.220.800,00, para compra de cinco mil assentos desportivos com enconsto e 42 mil sem encosto, todos destinados aos estádios José Américo de Almeida, mais conhecido como Almeidão, em João Pessoa, o Governador Ernani Sátiro (Amigão), em Campina Grande e ao Ginásio Poliesportivo Ronaldo Cunha Lima (Ronaldão), também na Capital.
O procedimento ainda destaca que a delimitação do objeto investigativo do caso, concentra-se “nos atos de lavagem de dinheiro envolvendo pessoas físicas e jurídicas investigadas, com estreita relação com os encontros fortuitos e apurações da Operação Pão e Circo”.
As práticas criminosas recaíram sobre Ruy Carneiro, que era secretário da pasta na época, Luiz Carlos Chaves da Silva, (então gerente de Planejamento, Orçamento e Finanças da Sejel), José de Araújo Agostinho (então gerente do contrato Sejel nº 004/2009), Daniel Pereira de Souza (engenheiro e representante da Desk Móveis), Fabíola Bazhunni Maia Vassalo (sócia da empresa Desk), Fábio Bazhunni, também sócio e Ozimar Berto de Araújo, que aparece no documento como empresário e réu na Operação Pão Circo.
A investigação ainda destaca que surgiram várias denúncias (notícias de fato), sobre irregularidades em contratações e pagamentos e prática de atos de improbidade, durante o período em que Ruy Carneiro esteve à frente da Sejel, envolvendo o nome dele, de pessoas que o auxiliavam e a empresa Desk Móveis.
“O curso investigativo identificou que o principal agente da trama criminosa é o denunciado Ruy Manuel Carneiro Barbosa de Aça Belchior (Ruy Carneiro)”, ressalta trecho.
O Ministério Público também registrou que, durante a Operação Pão e Circo, destinada a apurar a existência de organização criminosa criada para desviar dinheiro público e fraudar licitações de contratos se serviços para a realização de eventos, foram encontradas provas que ligavam alguns dos investigados na ação, a exemplo do empresário Ozimar, ao então secretário Ruy Carneiro e a empresa Desk Móveis.