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ZÉ KATIMBA – Por Demétrius Faustino

“O samba é o cidadão que move musicalmente o Brasil. Humilde, a ele bastam um cavaquinho, um pandeiro, um tamborim e um intérprete. Ele se sujeita a tudo, já correu da polícia, enfrentou o preconceito da alta sociedade, mas sempre tem alguém para lhe acudir”.

Quem assim define o samba é o axiomático Nelson Sargento, uma das mais altas patentes do gênero, que com sensibilidade de poeta compôs um vaticínio em forma de clássico: “Samba, agoniza, mas não morre, alguém sempre te socorre antes do suspiro derradeiro”. 

Esse introíto é pra dizer que a permanência do samba no cenário brasileiro, dá-se porque ele traz em sua substância o dom de produzir alegria na alma, e que na paraíba tem sambista também.

Com uma bagagem de mais de duas mil composições, muitas delas para ouvidos continentais, diversas gravadas por cantores como Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Agepê, etc, o paraibano de Guarabira José Inácio Santos, antes conhecido como Zé Catimba, e que depois passou a grafar seu nome artístico como Zé Katimba, considerado um dos criadores da versão moderna do samba, recebe da Universidade Federal da Paraíba o seu título máximo: a outorga de Doutor Honoris Causa.

Zé Katimba que também é fundador da carioca Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense e tinha na época 16 anos, onde hoje é diretor, já recebeu como prêmio a Medalha de Mérito Pedro Ernesto no ano de 2009, e que é uma honraria concebida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

No Carnaval do ano de 2013, Katimba, cujo samba-enredo tem um estilo moderno, alegórico, bem humorado, pontuado de imagens, em oposição aos antigos, também foi eleito Cidadão Samba do Rio, numa votação pela internet da qual participaram mais de 30 mil pessoas. Na disputa, tinham monstros sagrados do samba como Nelson Sargento, Martinho da Vila, Monarco, Neguinho da Beija-Flor, entre outros.

Agora será agraciado pela UFPB, que diga-se de passagem, acertou em cheio, pois trata-se de um título de honra para uma personalidade de grande destaque por seu trabalho, a exemplo das composições de clássicos atemporais do samba.

O compositor de Martim Cererê, tema da novela Bandeira Dois, escrita por Dias Gomes para a Rede Globo, cujo perfil artístico dispensa estilos e rótulos, depois de anos distantes da terra natal, apesar de nunca tê-la esquecido como ele próprio afirma, retornou em março de 2013, quando cantou no projeto cultural “Sabadinho Bom”, cuja articulação para sua apresentação foi originada do poeta Bebé de Natércio, à época Diretor da FUNJOPE, e que hoje são amigos, e quiça parceiros num futuro bem próximo. Nesta oportunidade tivemos o prazer de conhecê-lo e vê-lo cantar, onde no palco demonstrou toda a sua emoção por estar na Paraíba. Foi um momento emocionante do seu show.

A partir daí Katimba passou a ter uma admiração pelo poeta Bebé de Natércio, que mesmo morando em Niteroí, e o poeta em João Pessoa, se comunicam diariamente ou às vezes semanalmente. Aliás, o novo CD (ou PD), de Bebé de Natércio intitulado “Sambas do Poeta”, traz a participação de Zé Katimba em uma das faixas, cujo lançamento está previsto para setembro deste ano.

Agora Katimba retorna novamente para receber esta importante honraria. Parabéns ao Conselho Universitário da Universidade Federal da Paraíba por esse reconhecimento, e salve mais um ilustre filho da Paraíba.

Thaysa Videres
Thaysa Videres
Jornalista - Assessora de Comunicação - Repórter do PautaPB / [email protected]

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