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Escola particular em Alhandra é acusada de usar evento infantil para promoção política

Uma polêmica envolvendo a escola particular, Centro Educacional Caminho do Saber, em Alhandra, gerida pela diretora Maria da Gloria Bernardino da Silva, ganhou repercussão após denúncias de pais de alunos. O motivo: a transformação de uma formatura escolar em um suposto evento político, com a presença de diversas autoridades locais sem o consentimento prévio das famílias.

Autoridades presentes e falta de transparência

Segundo os relatos colhidos, a cerimônia contou com a presença de vereadores, do Secretário de Educação, da diretora de uma instituição pública (esposa do secretário) e da vice-prefeita de Alhandra. A participação dessas figuras públicas pegou os pais de surpresa, que afirmam não terem autorizado o uso da imagem dos filhos vinculada a agentes políticos.

Um dos responsáveis relatou que tentou agendar uma reunião com a direção antes da solenidade para expressar preocupação sobre o tom do evento, mas o pedido foi ignorado. “Pagamos por uma formatura particular para celebrar nossos filhos, não para servir de palco político”, desabafou um pai indignado.

Exposição nas redes sociais e uso da imagem

A indignação aumentou após o evento, quando o Instagram oficial da escola repostou publicações da vice-prefeita. Nos comentários, aliados políticos utilizaram as fotos da formatura para promover discursos de cunho partidário. Para as famílias, isso caracterizou uma exploração política de evento privado, ferindo a ética pedagógica.

Implicações Jurídicas e LGPD

Especialistas e pais apontam que a conduta da escola pode acarretar sérias consequências legais, fundamentadas em:

  • Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): O tratamento de dados e imagens de menores exige consentimento específico e finalidade clara, o que exclui a promoção política.

  • Direito de Imagem: O uso indevido da imagem de crianças e adolescentes pode gerar dever de indenização por danos morais.

  • Direito do Consumidor: Como o evento foi custeado pelos pais, a alteração da finalidade da festa pode ser vista como descumprimento contratual.

  • Abuso de Poder Político: A vinculação de eventos escolares a figuras públicas pode ser alvo de investigação pela justiça eleitoral.

Próximos Passos

As famílias afetadas já estudam medidas administrativas e judiciais. O caso levanta um debate necessário sobre os limites éticos nas escolas e a autonomia dos pais frente a nteresses externos.

Até o fechamento desta reportagem, a direção da escola não emitiu uma nota oficial de esclarecimento.

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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