O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou a professora Terezinha Domiciano, do Departamento de Ciência Animal, para reitora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ela foi a mais votada nas eleições deste ano. A publicação no Diário Oficial da União ocorreu nesta quarta-feira (16). Ela conquistou 67,95% dos votos, superando com grande vantagem o segundo colocado, o professor Lucídio Cabral, do Departamento de Computação Científica, que alcançou 25,37% dos votos. O último colocado foi o atual reitor, Valdiney Veloso, do Departamento de Psicologia. Ele teve humilhantes 6,67% dos votos.
“A espera acabou! Foram dias de intensa apreensão e ansiedade para vermos agora a nossa nomeação pelo Presidente da República para conduzirmos a gestão da Universidade Federal da Paraíba pelo próximo quadriênio (2024-2028). É muito representativo retomar o processo democrático da UFPB, recebendo a chancela do presidente mais democrático de todos os tempos. Tivemos duas campanhas exitosas, com propostas que valorizam as pessoas, a autonomia e a democracia universitária, com perspectivas de crescimento no ensino, pesquisa, extensão, inovação e inclusão, fortalecendo a missão da UFPB na sociedade”, disse a nova reitora.
Um ponto que merece atenção é que o presidente escolheu o nome mais votado, assim como o prometido por ele na última passagem pela Paraíba, há pouco mais de um mês. A postura é diversa da do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, quando presidnete, escolheu Valdiney Veloso, último colocado no pleito de 2020. Ele, no entanto, conseguiu compor a lista tríplice elaborada pelos Conselhos Superiores da UFPB, mesmo sem receber nenhum voto. O colegiado é formado por representantes do Consuni (Conselho Universitário), do Consepe (Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão) e do Conselho Curador.
Contestado por professores e alunos, a gestão de Valdiney Veloso foi caracterizada pelo alinhamento ideológico com o ex-presidente Jair Bolsonaro e polêmicas criadas por escolhas pessoais do dirigente. Numa delas, em 2022, ele se inscreveu e foi aprovado no Sisu para o curso de Engenharia de Produção. O problema é que, para isso, ele fez uso do sistema de cotas destinado aos alunos de escolas públicas. O caso foi contestado pelo Ministério Público Federal (MPF) e o reitor foi impedido de se matricular no curso. A vaga acabou indo para quem de direito, o estudante Erick Rangel, então com 17 anos.