Após uma semana fora de casa, Tomás abre a porta e Ben logo corre para abraçá-lo efusivamente.
Instantes depois confessa a mim e a mãe que não quer que o irmão vá a Bahia de novo, pois ele fica com muitas saudades.
Tom morou com meus pais alguns anos na Bahia e Benjamin tem esta referência de distância dele.
Mas agora, nesta última ocasião, na verdade, o meu filho mais velho estava no interior paraibano.
Não importa, para Ben, toda “lonjura” dele é a Bahia.
Fato é que, um dia após retornar, Tom passou mal e teve que ir ao hospital.
O mal estar ocorreu, exatamente, na hora que tínhamos um encontro com amigos de longa data e respectivos filhos, o que deixava Ben eufórico e com a tradicional ansiedade elevada à enésima potência.
Após cerca de duas horas entre atendimento, exame e soro, quando eu e o Tom, finalmente, saímos do hospital comuniquei ao Ben que não iríamos mais “a farra”, como o próprio repetia.
Estava tarde e precisávamos cuidar do Tom, que apesar de liberado, ainda estava muito debilitado, inspirando cuidados e observação.
Ben, implacável, larga a real:
-Mas se o irmão (assim que ele o chama em qualquer circunstância: IRMÃO) está doente e não tem disposição é com ele. Eu estou muito disposto e quero me divertir.
Na prática, em papo reto, quis dizer que o problema não era dele, ele estava bem e o irmão que “desse seus pulos”…
A pureza do amor na infância só não é maior que a espontaneidade e desejo insaciável de brincar.
Viva a fraternidade.