“A área odontológica, conhecida pela proximidade do contato profissional-paciente, é identificada como uma área de alto potencial de contaminação pela Covid-19. Frente a essa realidade, sofreu e ainda sofre um grande impacto em face da pandemia que começou a tomar corpo no início de 2020, em todo o mundo”, afirmou a diretora-técnica de Ciência e Tecnologia Médica da Agevisa/PB, dentista sanitarista Helena Teixeira de Lima Barbosa.
“A transmissão do coronavírus acontece de uma pessoa contaminada para outra através de gotículas respiratórias eliminadas ao tossir, espirrar ou falar; de contato direto ou próximo, especialmente pelas mãos não higienizadas, e pelo contato com objetos ou superfícies contaminadas”, comentou Helena Lima. “Nesse contexto – acrescentou –, a saliva representa um importante meio na cadeia de transmissão da Covid-19, já que, conforme estudos científicos publicados ao longo da pandemia, as glândulas salivares se constituem em grandes reservatórios do vírus”.
Salientando o risco presente na assistência odontológica em razão de a clínica de saúde bucal envolver considerável contato com fluidos corporais, como sangue e saliva, a diretora-técnica da Agevisa observou que a atividade se caracterizar também pela realização de muitos procedimentos que, com a utilização de equipamentos rotatórios, geram aerossóis e gotículas muito pequenas que são capazes de permanecer suspensas no ar por períodos mais longos.
“Quando tais procedimentos são feitos em pessoas com Covid-19, esses aerossóis podem conter o vírus, e estes poderão ser inalados por outras pessoas que não estejam utilizando Equipamentos de Proteção apropriados. Tais características ampliam o risco aos profissionais que realizam os atendimentos e também aos usuários que estejam aguardando atendimento”, explicou.
Helena Lima acrescentou que o profissional de odontologia, se contaminado pelo coronavírus, pode também transmitir a doença para seus pacientes, e que sua responsabilidade está, não somente no preparo adequado do consultório, na utilização dos instrumentos de proteção (máscaras, luvas, gorro, óculos etc.) e no cuidado para não permitir aglomeração de pessoas no ambiente, mas, sobretudo, na atenção à sua própria condição de saúde. “Ou seja, se tiver suspeita de estar contaminado pela Covid-19, não deve, em hipótese alguma, realizar qualquer tipo de atendimento, além de buscar a assistência médica especializada”, comentou.
Conforme a diretora-técnica, em todos os períodos (pré, durante e pós-atendimento), os profissionais de odontologia não devem descuidar dos protocolos sanitários de biossegurança nos seus consultórios, mantendo sempre os ambientes higienizados; disponibilizando álcool líquido ou em gel para higiene das mãos; verificando a temperatura dos seus pacientes; adotando o modelo de atendimento por agendamento prévio com hora marcada, e observando todas as demais recomendações preventivas à contaminação pela Covid.
“É importante lembrar que, embora os dados mostrem a diminuição de casos da Covid-19, a pandemia não acabou. Por esse motivo, precisamos manter os cuidados quanto à transmissão do vírus entre as pessoas circundantes nos ambientes, não somente nos consultórios odontológicos, mas em todos os demais ambientes, inclusive nas nossas próprias casas”, enfatizou.