O projeto ‘Ação Social pela Música de João Pessoa’ (ASMJP), idealizado pela Prefeitura de João Pessoa, por meio da sua Fundação Cultural (Funjope), está dando os primeiros passos no processo de retomada de suas atividades presenciais em 2021. As aulas foram reiniciadas nos bairros de Mangabeira e Alto do Mateus, reunindo crianças que moram nessas localidades e que participam da iniciativa no horário oposto ao das aulas.
A Fundação está acompanhando o retorno do calendário escolar da Prefeitura de João Pessoa e aproveitou o reinício das atividades da Secretaria de Educação para retomar as ações do ‘Ação Social pela Música’. “Esse retorno acontece de maneira planejada e controlada em alguns ambientes. Começamos por Mangabeira e Alto do Mateus pelo histórico das duas experiências. Estamos empenhados em fazer uma interação entre a cultura e a educação”, declarou o diretor executivo da Funjope, Marcus Alves.
O projeto cultural do prefeito Cícero Lucena passa por essa interface com a Educação. “Temos a convicção de que a cultura é um fator de inclusão social que pode projetar as crianças para um futuro profissional, um resgate de muitas vidas. A valorização da linguagem artística e musical nesse momento da criança deixa marcas muito fortes. O projeto carrega essa marca de incentivo, de fazer um trabalho de ação social por meio da música”, disse.
No Centro Cultural Tenente Lucena, em Mangabeira, o retorno foi no dia 16 de agosto. Já no Alto do Mateus, a volta aconteceu na quarta-feira (8). Nos dois equipamentos, as aulas são de instrumentos de cordas – violino, viola, violoncelo e contrabaixo. A expectativa é que no Gervásio Maia, onde as aulas são de flautas, e no bairro dos Novais, de instrumentos de metais, o retorno seja em breve. Alto do Mateus e Novais são comandados pelo maestro Hector Rossi.
“Finalmente, demos os primeiros passos para a volta presencial das aulas no projeto Ação Social pela Música no Alto do Mateus. Agradecemos ao prefeito Cícero Lucena, ao diretor executivo da Funjope, Marcus Alves e ao nosso mediador Adriano Ismael que fizeram todo o possível para concretizarmos esse tão desejado e gratificante retorno”, declarou o maestro Samuel Espinoza, que coordena as unidades de Mangabeira e Gervásio Maia.
Mangabeira – A maior unidade do ‘Ação Social pela Música’ é a de Mangabeira, onde já houve aula e ensaio com a orquestra. O Quinteto de Cordas, formado por alunos, teve duas apresentações oficiais, uma no projeto ‘Rota das Letras’, no Pavilhão do Chá, e outra oficial na abertura de Semana da Pátria, no Centro Cultural Mangabeira, no dia 31 de agosto. Só no bairro, cerca de 96 crianças aprendem a família das cordas.
Na unidade do Alto do Mateus, são os mesmos instrumentos para mais de 60 crianças. Todas moram em bairros vulneráveis. “O projeto de aula de música é para as que têm a tarde livre, sem nenhuma atividade produtiva”, ressaltou o maestro Espinoza. Em Mangabeira e no Alto do Mateus, elas contam ainda com reforço escolar. Para participar, é necessário ter entre 6 e 16 anos e apresentar a declaração de escolaridade.
Aulas remotas – O projeto voltou com 60% da capacidade. As aulas começam às 13h e vão até as 17h, três vezes por semana. Além disso, os alunos têm uma aula semanal remota. “Foi a aula remota que nos garantiu manter o nível. Inclusive, muitos fizeram grandes progressos durante a quarentena. Então, mesmo voltando presencialmente, as aulas remotas serão mantidas pelo menos uma vez por semana. Descobrimos que é uma coisa muito boa”, comentou Espinoza.
Bons resultados – O projeto dá oportunidade para inclusão de crianças carentes e, segundo o maestro, tem tido bons frutos. “Temos certeza de que irão se formar grandes profissionais, grandes músicos. Outros não seguirão necessariamente a carreira musical, mas tudo que aprenderam no projeto sobre trabalho em equipe, concentração, disciplina, eles levarão para o resto da vida”, concluiu Samuel Espinoza.
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