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Depois nos falamos – leia o novo artigo de Demétrius Faustino

Embora o tema do momento seja o acesso a vacinas contra a Covid-19, único meio eficaz para erradicar essa peste, há também um tema que tem causado preocupações no mundo da psicologia: o uso exacerbado das redes sociais.

Como se sabe, não é de hoje que os limites do mundo físico se estendem para o digital, e nesse contexto os bate-papos, especialmente no WhatsApp se tornaram uma das mais importantes ferramentas de geração de tráfego online.

Entretanto, e na verdade, falamos(escrevemos) demais no velho zap, ocupamos o espaço da vida com palavras, onde devíamos economizá-las. São assuntos que sequer se completam, pois de logo, vem outro conteúdo, e mais outro, e mais outro, tipo o aumento do preço de remédios, do preço da gasolina, se devemos tomar a vacina ou não, quem será a nova globeleza, se o irmão da Sandi é mesmo um menino etc. E ainda tem pessoas que ao encerrar a conversa termina dizendo “depois nos falamos mais”.

É uma falação que nos mantém inquietos, pois basta dizer que atualmente, os servidores do WhatsApp não podem ter mais descanso, já que diariamente passam por eles 42 bilhões de mensagens de texto. Através do WhatsApp são enviadas 1,6 bilhão de fotografias e mais de 250 milhões de vídeos diariamente. Estes dados nos dão uma ideia da popularidade e, portanto, do poder, desta ferramenta na atualidade.

Por essas e outras, estamos revestidos de um comportamento viciante, cujos componentes fundamentais para tal são a perda de controle e a dependência. É um vício psicológico. Uma famosa psicóloga explica que ovício em redes sociais pode ser caracterizado como uma necessidade de estar checando e interagindo com esse tipo de site e/ou aplicativo a todo momento. Denota uma necessidade constante de estar conectado a redes como Facebook, Instagram, Twitter ou Whatsapp. Diz ela que quando, por alguma razão, o acesso não é possível, pode-se sentir uma grande ansiedade e frustração.

A moda mais recente é o uso do Instagram, aplicativo destinado a preencher a alma de admiração e veneração pelas fotografias com seus filtros e efeitos que não deixa ninguém feio. No fundo, é uma máquina de provocar inveja no próximo.

De fato, é difícil evitar a dar aquela olhada no Facebook, por exemplo, na metade do expediente, e melhor ainda quando se tem algo para compartilhar.

É fato também, que as pessoas gostam de ver e ser vistas, e as redes sociais proporcionam isto. Quem tem perfil nas redes sociais pode testemunhar a sensação de ser admirado e adquirir respostas quase que imediatas para suas interações.

Dessa maneira, o que era para ser tão somente uma foto passa a ser um meio para se sentir bem consigo. O que deveria ser um like torna-se um medidor para saber o quanto cada um é admirado.

Particularmente, entendemos que não há problema em usar as redes sociais, gostar de visualizar as interações nas próprias publicações e também o que os outros postam. Porém, a questão é que sem se dar conta as coisas podem sair do comando, e o que deveria habitar um lugar pontual na vida de cada um, de repente começa a ganhar mais concentração e afetar a vida social.

João Pessoa, janeiro de 2021.

Thaysa Videres
Thaysa Videres
Jornalista - Assessora de Comunicação - Repórter do PautaPB / [email protected]

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