Esse negócio de esforço para alcançar as coisas é uma máxima perversa, cruel.
” no pain no gain”!!
Pra ficar sarado, fitness, tem que levantar ferro, comer pílula, fazer desjejum com uns pós fedorentos e multicoloridos, ficar urrando suado de frente ao espelho da academia, medir músculo visualmente com colegas de “clube”…
“zero caloria. Low carb.”
Para não engordar deve rejeitar todas as delícias “podrêras” do mundo. Aquelas lindezas junkie food. Nada daquela costela de porco suculenta, se restrinja a “lavoura” de chia da Bela Gil.
“Os convertidos terão a vida eterna”
Para alcançar a salvação, viver rodeado de tigres mansos e singelos, margeando aquela lagoa azul piscina dos folhetos, pregam alguns “homens de Deus”, que só esquentando banco de igreja, ouvindo sermão de Malafaias e dividindo banco com a “irmã” Damares. “Afasta de mim esse cálice”
“Desculpem-nos o transtorno, estamos em obras para melhor atendê-los”…
Ora, ora, essa é o meu carma da vez. Infernais 7, eu disse sete semanas com obras intermináveis em casa. Serviços previstos para míseras duas semaninhas, com mais do triplo do prazo inicial. “Besta é tu que acredita em previsão de prestador de serviço!”.
Literalmente vivendo sobre escombros. Não sei o que é sala, quarto, ou quintal… quintal, aliás, esse foi o motivador da intervenção. Quebra a porra toda, reconstrói, repõe, requebra (olha a saliência), refaz, desfaz, rearranja, pinta, mancha, gruda, desgruda, estica e puxa… Acha pouco, vamos emendar logo e resolver aquele problema aqui nos quartos…
Tudo isso com aquele barulho zunindo no pé do ouvido, a “gastura” aumentando, o vizinho começa a olhar torto, depois nem quer te cumprimentar mais, até que não resiste e manda aquela mensagem afrontosa. Você tem direitos, ele também, o caldo pode entornar, o clima esquentar e a obra? Ah essa continua a pleno vapor. “Amanhã, no mais tardar, nois acaba dotô…”. Pra fazer a profecia se confirmar, arregaça-se as mangas e cai pra dentro no serviço de servente, pintor, carregador de entulho, eletricista e tudo o mais, afinal, coisa que não sou é doutor!
Em vão, amanhã tem mais desespero… agüentando firme o sofrimento temporário para alcançar a glória, ou não!