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OS BONS MORREM ANTES – Programa AUMENTA relembra artistas que se foram “cedo demais”; por Marcos Thomaz

Lembro exatamente da sensação de tristeza que me invadiu ao ver na TV a notícia da morte de Chico Science. Era domingo de carnaval de 1997! Eu estava em Itacaré, sul da Bahia meu “habitat” original, distante quase 1.000 quilômetros do local da tragédia que vitimou o mais criativo e transgressor artista das últimas 3 décadas no Brasil.

Até então, Pernambuco, para mim, ainda era uma imagem distante. Havia ido uma única vez a Recife em uma jornada aventureira por todas as capitais do Nordeste com pais, tios, avó e irmãos (cinco adultos e três crianças) espremidos em um carro de passeio e pulando de camping em camping. Nesta saga ganhei o sugestivo apelido de “cossaco”, mas isso rende outro texto, quem sabe em breve?!?!

Fato é que, como dizia, à época, ainda adolescente, minha percepção sobre Pernambuco era fundamentalmente preenchida por caricaturas de símbolos como praias, frevo e ilustrada mais por imagens do mundo do futebol (minha principal referência geográfica sempre foi boleira) através dos seus 3 principais times: Náutico, Santa Cruz e Sport.

Antes do meu desembarque físico e de fincar em definitivo as bases nas “bandas da Parahyba”, Chico Science foi o responsável por desbravar, me apresentar mais facetas desse outro rincão do nosso Nordeste! Fui fisgado pela música, estética, atitude de Chico. Maracatu e rock, o local e o global, sem primazia de um sobre o outro! Até o inflexível Ariano Suasuna se dobrou ao talento universal e irrefreável de Chico. Max Cavalera ansiava gravar com Chico. A entidade Gilberto Gil já havia compartilhado música (duas vezes). Herbert Viana dizia que o Science era um gênio. E o genial, irrequieto Chico ensaiava lançar uma novela para internet (isso quando a mesma ainda engatinhava no país). Visionário nas idéias, incendiário no palco!

Me conectei de imediato com aquela antena parabólica na “manguetown recifense”. Flutuava em pensamento por aqueles “rios, pontes e overdrives”. Ao invés do inseto Kafkiano, Chico me fazia metamorfosear-me em um caranguejo! Sim, era como um caranguejo que eu queria “ficar de andada por aí”… E acabei vindo parar aqui, ao lado…

Em outro grau de intensidade e ligação também fui abalado pela morte de Kurt Cobain em 1994. O líder do furacão Nirvana, recolocou o rock nas prateleiras do mercado fonográfico, jogando “sujeira”, furor, distorção e anticonvencionalismo no mundo da música!

Ainda em outra esfera o impacto de morte também se abateu sobre mim com a violência da tragédia aérea que vitimou os Mamonas, maior febre cultural brasileira, talvez da história! Com apenas um único disco lançado e, certamente um monte de “baboseiras” ainda a criar, partiram abruptamente…

A estes jovens se juntam outros gênios musicais, que tiveram uma profícua carreira interrompida… da lenda macabra da maldição do J4 (Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e Brian Jones– Rolling Stones), passando por Ian Curtis – Joy Division até Amy Winehouse, são dezenas, quase centena de vidas criativas que se pulverizaram.

E é sobre estes gênios e sua “obra inacabada” que o AUMENTA dedica o especial “Os Bons Morrem Antes”, que você pode conferir ao vivo, nesta quinta-feira, 27 de maio, às 20h, pela Rádio Tabajara Fm 105,5 ou pela net: www.radiotabajara.pb.gob.br. O programa também pode ser conferido nas nossas plataformas de streaming, através da busca “AUMENTACAST”.

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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