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Por Demétrius Faustino: ANO NOVO VELHO

Pelo menos no momento nebuloso atual, nada se parece mais com um
ano velho que esse ano novo, pois está difícil fazer-se uma prospecção sobre
o que acontecerá, especialmente em um país como o Brasil, de presente
incerto e imprevisível futuro.
Já tivemos verdadeiros anos novos, mas foi num tempo pretérito, em
que passamos por períodos de verdadeira bonança, ventos favoráveis,
tripulação otimista.
Num país em que, uma adolescente recebe uma classificação
descabida e preconceituosa do presidente do Brasil, chamando-a de Pirralha
com maiúscula, somente por ter ela manifestado horror e indignação contra
o assassinato de dois índios, e por ter compreendido que não se trata de um
acaso mas de um descaso, de um desinteresse do Estado brasileiro pela
sorte dos nativos, é de se perguntar: por onde anda a educação? No caso do
presidente, é fácil de explicar: são ainda os efeitos dos livros de história,
malfeitos e adaptados a ideologia da velha ditadura militar.
Enquanto isso, uma adolescente sueca foi escolhida “Pessoa do Ano”
pela revista “Time” e teve seu retrato na capa da famosa revista, por sua luta
justa e necessária em defesa de um mundo limpo.
É difícil pensar que o ano será novo e diferente do velho, com um
presidente que só faz desdém com as lutas sociais, com o direito à diferença,
pela liberdade de opinião, pelas questões humanitárias.
É difícil pensar que o ano será novo e diferente do velho, sem a
melhora nos serviços públicos, em particular nos serviços de educação,
saúde e segurança pública.
Esta terra, com suas gentes e jeitos, falas e sotaques, comidas e modos
de conviver, de se vestir, de pensar a vida e o mundo, e que está entranhada
em nossa alma como um perfume que entra na nossa pele se usado com

frequência, está precisando mesmo é do sentimento chamado patriotismo,
pois do jeito que vai, continuaremos embarcados numa grande nau, num
mar incerto, assustados e inseguros. Somos o país dos inadimplentes,
desempregados, onerados de angústias, e temos o dever de usar o
patriotismo para procurar o horizonte escondido.
O fato é que, o melhor não é usar roupa branca, nem comer sete
sementes de romã, nem comer lentilhas, nem pular sete ondas no mar, nem
usar lingerie colorida, nem comer aves que ciscam para trás, e nem comer
doze uvas.
Bom mesmo é que, conhecendo ou não o porto de destino, o
importante é concentrar-se na viagem, e cuidar de amores e amizades, fazer
bem e fazer o bem, botar as boas intenções em prática e sair da zona de
conforto.

Thaysa Videres
Thaysa Videres
Jornalista - Assessora de Comunicação - Repórter do PautaPB / [email protected]

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