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Programa ‘Olhar João Pessoa’ entregou quase 4 mil óculos em 2025

O programa ‘Olhar João Pessoa’ tem promovido uma mudança significativa na realidade de estudantes da rede pública municipal ao enfrentar um problema silencioso que impacta diretamente o aprendizado: as dificuldades de visão não diagnosticadas. Fruto de uma parceria entre a Prefeitura de João Pessoa, por meio das Secretarias Municipais de Saúde (SMS) e de Educação e Cultura (Sedec), e o Instituto de Pesquisa e Promoção do Desenvolvimento e da Sustentabilidade (IPPEDS), a iniciativa integra ações de cuidado integral à saúde e à educação, com foco na inclusão e no sucesso escolar.

Desde o lançamento, no primeiro semestre de 2024, o programa já entregou 5.380 óculos de grau a alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação Especial e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Desse total, 1.509 óculos foram entregues em 2024 e 3.870 em 2025, números que evidenciam a ampliação do alcance da política pública. A perspectiva é de crescimento contínuo, com previsão de mais de 5,5 mil atendimentos em 2026, podendo chegar a aproximadamente 6 mil beneficiados.

 

De acordo com a chefe do Departamento de Programas Integradores da Secretaria de Educação e Cultura, Alcilene Andrade, o programa tem impacto direto no desempenho escolar. “O programa ‘Olhar João Pessoa’ é uma iniciativa da Prefeitura de João Pessoa que vem transformando a vida dos estudantes das escolas municipais. O objetivo do programa é levar acuidade visual a milhares de crianças e adolescentes, garantindo que todos tenham acesso a exames oftalmológicos e, quando necessário, óculos de correção”, afirmou. Segundo ela, muitos casos de déficit de aprendizagem passaram a ser reavaliados após a identificação de problemas visuais que antes não haviam sido diagnosticados.

A dinâmica do programa começa nas escolas, onde equipes realizam a triagem inicial dos estudantes, com testes de acuidade visual. A partir dessa identificação, os alunos com indicativos de dificuldade são encaminhados para avaliação oftalmológica. O agendamento é feito de forma articulada entre as unidades escolares e o IPPEDS. No dia do atendimento, os estudantes comparecem acompanhados por seus responsáveis, passam por exames especializados e, quando necessário, escolhem a armação dos óculos, que são confeccionados e entregues posteriormente às escolas.

Mais que números, futuros – A Secretaria Municipal de Saúde tem papel central na viabilização e no monitoramento do programa. Segundo a diretora de Atenção Especializada da SMS, Rochelle Cirne Caramuru, os recursos utilizados são provenientes de emendas parlamentares, que passam por rigorosa análise técnica e administrativa. “Tudo que vem de emenda, recebemos aqui na Atenção Especializada. A gente analisa a proposta, vê se é viável e faz a visita técnica para dar o parecer. No caso do IPPEDS, é tudo muito claro, o plano de trabalho é transparente e bem estruturado, e apenas solicitamos alguns ajustes para que se adequasse à nossa necessidade. O papel da Saúde nesse processo é importantíssimo”, explicou.

Rochelle destacou ainda que todo o processo é acompanhado pela equipe da Saúde, desde a análise do plano de trabalho até o monitoramento das ações nas escolas. “Eles fazem a programação da semana, fazem a triagem e sinalizam o dia dos atendimentos. E a gente vem acompanhando e monitorando tudo”, disse. Para 2026, a previsão inicial é de aproximadamente 6 mil estudantes beneficiados, número que ainda depende da conclusão dos trâmites administrativos.

Um novo olhar muda destinos – Responsável pela execução do programa, o IPPEDS atua diretamente nas unidades de ensino, promovendo avaliações oftalmológicas, identificação precoce de alterações visuais, encaminhamentos especializados e entrega de óculos, com atenção especial a estudantes em situação de vulnerabilidade social. Segundo o presidente do Instituto, Rodrigo Nóbrega, o cuidado com a saúde visual é essencial para garantir o direito à educação de forma equitativa.

“Atendemos alunos pertencentes às minorias sociais, muitos com alto grau de comprometimento visual, alguns com visão mínima e até casos de cegueira. Cuidar dessas crianças é primordial para o processo de ensino e aprendizagem, pois sem uma visão adequada, o desenvolvimento educacional fica seriamente comprometido”, destacou o médico.

Mais que óculos, oportunidades – A integração entre Educação, Saúde e o Instituto executor garante não apenas o acesso aos serviços oftalmológicos, mas também o acompanhamento contínuo dos estudantes, fortalecendo uma política pública que une prevenção, diagnóstico e cuidado humanizado.

Mais do que a entrega de óculos, o ‘Olhar João Pessoa’ consolida um modelo de atenção integral que contribui para a redução das desigualdades educacionais e para a construção de trajetórias escolares mais justas e inclusivas na rede pública municipal.

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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