“Avançamos muito na inclusão escolar, e isso é motivo de esperança. Mas agora, eles estão crescendo… e novas preocupações surgem. Penso nos jovens e adultos autistas, muitos medicados, alguns com epilepsia, e me dói imaginar um futuro ainda incerto”. Essa declaração é da presidente da Associação dos Pais de Autistas (APA), psicopedagoga Hosana Carneiro, que luta pela criação de um hospital especializado em cuidar da pessoa com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Mãe atípica de um jovem rapaz de 20 anos e 130 quilos, Hosana teme pelo futuro das crianças autistas que um dia vão crescer e poderão não ter um suporte de saúde digno e efetivo. “É por isso que é preciso pensar nesse futuro hoje — nas políticas de saúde, no INSS que muitos autistas de suporte 1 perderam, nas mães que envelhecem e nas que carregam o peso diário de cuidar de alguém que cresce, fica mais forte fisicamente, enquanto nós ficamos mais frágeis emocionalmente”, se emociona a presidente da APA.
Hosana esteve na tarde desta segunda-feira, 13, na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), participando de uma sessão especial para celebrar uma década da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI). “Estive mais uma vez na Assembleia Legislativa, ocupando um lugar de honra — não por vaidade, mas por compromisso. Falei sobre aquilo que mais me move: o crescimento dos nossos autistas”, enfatizou Hosana.
A presidente da APA lembra, por fim, que o autismo não é apenas uma fase na vida da pesssoa, mas toda uma existência. “Não falo de dor apenas. Falo de amor, coragem e responsabilidade coletiva. Porque o autismo não é uma fase — é uma forma de existir. E garantir dignidade a essa existência é dever de todos nós”, conclui Hosana Carneiro.