Paralisação foi anunciada após falta de avanços na audiência de conciliação com o Governo do Estado
João Pessoa, 14 de outubro de 2025 – Nesta terça-feira (14), os auditores fiscais da Paraíba realizam o movimento #ParaFisco, com paralisação geral das atividades em todas as repartições fiscais do estado. A mobilização foi aprovada por unanimidade pela categoria, após mais uma audiência de conciliação frustrada com o Governo do Estado, realizada na segunda-feira (13).
No final da tarde de ontem, o Sindifisco-PB promoveu uma reunião ampliada online com os auditores fiscais, na qual foi apresentado o resultado da audiência e convocada uma Assembleia Geral com Indicativo de Greve, marcada para o dia 21 de outubro, às 17h, na sede do sindicato.
A paralisação será acompanhada por uma nova ocupação simbólica dos locais de trabalho, com adesão prevista de auditores fiscais de todas as regiões da Paraíba, de Cabedelo a Cajazeiras. A categoria reivindica, entre outros pontos, a atualização do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), melhores condições de trabalho, respeito institucional e a retomada urgente da interlocução com o governo.
“Não há mais o que aguardar. A categoria tem demonstrado responsabilidade, disposição para o diálogo e paciência. Mas o governo insiste em ignorar a gravidade da situação e o papel essencial dos auditores na estrutura do Estado”, afirma a presidente do Sindifisco-PB, Helena Medeiros.
O Sindifisco-PB reforça que permanece aberto ao diálogo, mas exige ações concretas de negociação para atendimento dos pleitos da categoria fiscal.
Reivindicações da categoria
Diálogo institucional: O Governo Estadual nega abertura de mesa de negociação específica para discussão das questões do Fisco Estadual, ao contrário do tratamento dispensado, de forma acertada, a outras categorias de servidores públicos.
Reajuste salarial: A atual remuneração está abaixo da média dos pares do Nordeste.
Os auditores fiscais paraibanos têm uma defasagem salarial. Somado a isso, houve grande aumento da demanda de trabalho dos auditores fiscais, por três motivos principais: forte redução do quadro de servidores (falta de renovação), economia crescente da Paraíba (maior número de empresas) e maior complexidade e exigências técnicas do trabalho, devido ao volume de dados e do aumento populacional do estado. Além disso, a Reforma Tributária também impacta o trabalho da classe: os novos tributos vão aumentar significativamente a base de contribuintes. Por um tempo considerável teremos dois sistemas de tributação do consumo em vigor, o que significa um nível de complexidade ainda maior.
Melhoria das condições de trabalho: A estrutura física e tecnológica disponível aos servidores está defasada, prejudicando a eficiência dos serviços de fiscalização prestados.
Protagonismo da categoria: As ações do governo afetam diretamente a atuação dos servidores e diminuem a participação dos demais gestores da Sefaz/PB. “Mesmo com as dificuldades enfrentadas, o Fisco Estadual tem garantido índices positivos de arrecadação que permitem ao estado desenvolver políticas públicas muito elogiadas por gestores e especialistas, porém os resultados poderiam ser muito melhores se as condições de trabalho fossem adequadas”, reflete a presidente do Sindifisco-PB.
Impacto na arrecadação e serviços
Os auditores fiscais destacam que as melhorias reivindicadas são essenciais para manter a eficiência do serviço público de fiscalização, que impacta diretamente na arrecadação tributária do estado. A categoria enfatiza a defesa da justiça fiscal e a necessidade de reconhecimento profissional. “Os auditores reafirmam seu compromisso com a sociedade paraibana. O ato de protesto é uma tentativa de iniciar diálogo construtivo com o governo estadual, buscando soluções que beneficiem tanto os servidores quanto a qualidade dos serviços prestados à população”, reforça a presidente do Sindifisco-PB.