A população precisa se mobilizar e denunciar os responsáveis pelos envenenamentos em massa de cães e gatos que têm ocorrido em diversos municípios paraibanos. Os casos mais recentes foram registrados principalmente na Região do Sertão, nas cidades de Aparecida, Pombal, Patos, Sousa e Cajazeiras, e em Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa.
O apelo de mobilização para denúncias é da protetora Fabíola Rezende, ressaltando que a única forma de se fazer justiça e dar um basta a esse tipo de crueldade é apontando os autores desses crimes. “Apenas ficar indignado com esse tipo de crime não resolve o problema. Esses criminosos precisam ser apontados e punidos por seus atos. E isso pode ser feito, de forma anônima, em qualquer delegacia de polícia”, orienta Fabíola Rezende. “A justiça precisa ser feita”.
O caso mais recente ocorreu no último final de semana, quando vários cães foram encontrados mortos no município de Aparecida, na região polarizada por Sousa, no Sertão. Conforme moradores locais e de uma ong de proteção animal, os animais apresentavam sinais de envenenamento após consumirem carne contendo algum produto tóxico. Apenas na Rua José Alves Carneiro (Rua da Lavanderia), ao menos seis cães foram encontrados mortos. Integrantes da Ong Abrigo Animais Sem Rumo recolheram pedaços de carne no local e foi feito um boletim de ocorrência na delegacia da cidade. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
De acordo com a Lei Federal 9.605/98, atos de maus-tratos contra animais configuram crime ambiental. A pena foi agravada pela Lei 14.064/2020, que prevê reclusão de dois a cinco anos para quem praticar crueldade contra cães e gatos. “Estamos amparados pela legislação e por isso a necessidade da população a denunciar esses criminosos”, reforça Fabíola. “Qualquer suspeita ou constatação de envenenamento, além de maus-tratos, tem que ser denunciada às autoridades policiais ou aos órgãos de proteção animal”.
No final do mês de maio, vários cães também foram encontrados mortos na BR-427, na saída de Pombal, no Sertão da Paraíba, em direção ao município de Paulista, próximo à divisa com o Rio Grande do Norte. Conforme registrou a Ong Lar Temporário da Causa Animal, ao menos onze animais teriam sido vítimas de envenenamento. Esses dados também foram confirmados pela Ong Quatro Patas, que tem na presidência a protetora Ana Cristina
“Dos onze animais assassinados, conseguimos localizar cinco corpos. Pegamos esses cinco animais, colocamos em isopores com gelo sob orientação de um veterinário e levamos para a cidade de Patos, onde foi feita a perícia nesses corpos. Estamos esperando os resultados”, informa o protetor José Willys, presidente da Ong Lar Temporário, de Pombal. “O nosso setor jurídico acionou a Justiça e foram tomadas todas as medidas cabíveis para tentar elucidar esse caso”.
Já no mês de abril, moradores do Loteamento Parque Itatiunga, em Patos, também vivenciaram uma série de casos cruéis de maus-tratos a animais, com envenenamento sistemático de cães e gatos nas ruas do bairro, principalmente aqueles animais que viviam em situação de rua. No caso de Patos, segundo os moradores locais, os casos de envenenamento têm se intensificado desde dezembro do ano passado.
Em março deste ano, uma ong de proteção animal denunciou que gatos estariam sendo envenenados em Cabedelo, na Grande João Pessoa. Até aquele mês, somente em 2025, mais de vinte animais já teriam morrido por envenenamento. Em 2024, teriam sido pelo menos 70 casos. Os casos mais contundentes foram registrados no Loteamento Bela Vista, mais especificamente à Rua Seleno Gomes Maropo. Na oportunidade, o Ministério Público da Paraíba (MPPB) foi acionado.
“As denúncias têm que ser feitas e as pessoas nem precisam se identificar”, reforça Fabíola Rezende, presidente fundadora da Ong Ajude Anjos de Rua e que também responde pela Gerência de Políticas da Causa Animal, da Secretaria de Estado da Saúde (SES).