O prefeito reeleito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, do União Brasil, passa a ser alvo de duas novas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes), sendo uma proposta pelo ex-candidato a prefeito Jhony Bezerra (PSB), e a outra, pelos então candidatos a vereadores da coligação de oposição, Anderson Almeida, Kallyna Gomes, Waléria Assunção e Márcio Silva. O primeiro documento foi protocolado junto ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba nesta terça-feira (17), e o segundo, que reforça a Aije dos Contratados, já em tramitação, teve o registro feito na noite dessa segunda-feira (16). As duas ações dizem respeito a possíveis atos de abuso de poder político e econômico praticados durante a campanha e reta final, visando êxito nas urnas.
Na Aije encabeçada por Jhony, além do prefeito eleito, Bruno Cunha Lima, também foram denunciados o vice-prefeito eleito Alcindor Vilarim (Podemos), o secretário de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma) e deputado estadual licenciado, Sargento Neto (PL), e a então candidata a vereadora Soraya Brasileiro (PSDB).
De acordo com o texto protocolado, no último 27 de outubro, dia da eleição do segundo turno, diversos crimes eleitorais teriam sido praticados, entre eles a compra de votos, feita por um traficante do bairro do Jeremias, e o derramamento de santinhos, praticado por servidores municipais.
Comissionados da PMCG
Os nove funcionários da gestão municipal presos pela Polícia Federal no dia do segundo turno, eram lotados na Prefeitura de Campina Grande como comissionados e estavam de posse de 45 mil santinhos. Eles ainda emitiram nota fiscal para a campanha eleitoral de Bruno Cunha Lima, além disso, os carros utilizados por eles para circular pela cidade derramando material de campanha, que também foram apreendidos, eram locados pela coligação do então candidato.
Traficante preso por compra de votos
No mesmo dia, a Polícia Militar também prendeu no bairro do Jeremias, próximo a um colégio eleitoral, um traficante com duas armas de fogo, munições, material de campanha do então candidato a prefeito Bruno Cunha Lima, além de R$ 35 mil em dinheiro, que seriam utilizados para a compra de votos.
Uso da máquina pública
Por fim, foi identificada a utilização da máquina pública através da SESUMA, que estava recolhendo material de campanha do candidato adversário em bens particulares sem autorização dos eleitores e sem a devida competência.
Aije dos contratados 2 – A segunda Ação de Investigação Judicial Eleitoral proposta para investigar a contratação irregular de servidores municipais, utilizando a máquina pública em favor da reeleição de Bruno, tem entre os investigados, o Secretário de Administração, Diogo Flávio Lyra Batista, o Secretário de Saúde, Carlos Dunga Júnior, o secretário de Educação, Raymundo Asfora Neto, e o Secretário de Assistência Social, Fábio Thoma.
Uma outra ação, conhecida como Aije dos Contratados, já havia sido proposta em 02 de outubro alegando contratações abusivas de servidores públicos, em período imediatamente anterior à vedação da legislação eleitoral, sem concurso público, por meio de contratos de prestação de serviço por excepcional interesse público. No último dia 21 de novembro, o Ministério Público Eleitoral (MPE) emitiu um parecer favorável pelo prosseguimento do processo.