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Concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba tem músicas de Mozart, Beethoven e Villa-Lobos

A abertura de uma das obras mais conhecidas de Mozart, a ópera “A Flauta Mágica”, vai iniciar o 2º concerto oficial da temporada 2024 da Orquestra Sinfônica da Paraíba, nesta quinta-feira, 25 de abril, que terá também composições de Beethoven e Villa-Lobos. A apresentação começa às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, com regência do maestro Gustavo de Paco de Gea, e participação do violinista Alejandro Aldana como solista. A entrada é gratuita.

Alejandro Aldana sobe ao palco após a música de Mozart, para executar com a OSPB o “Concerto para Violino”, de Beethoven. A música do brasileiro Heitor Villa-Lobos vai encerrar o concerto. Será “Bachianas Brasileiras nº 2”, com quatro movimentos: Prelúdio, “O Canto do Capadocio”; Ária, “O Canto da Nossa Terra”; Dança, “Lembrança do Sertão”; e Tocata, “O Trenzinho do Caipira”.

“A primeira peça é a abertura da ópera ‘A Flauta Mágica de Mozart’, que é justamente o início de uma das óperas mais famosas desse compositor e vamos ter o prazer de fazer a abertura, que é só para parte da orquestra”, afirmou o maestro Gustavo de Paco.

Sobre o “Concerto para Violino”, de Beethoven, o maestro disse ser uma obra monumental, e destacou a presença do solista Alejandro Aldana. “Ele nasceu em João Pessoa e aos sete anos de idade foi para a Argentina junto com a família, onde teve estudos muito aprimorados. Estudou também na Europa e volta agora a João Pessoa para ser nosso solista. É um grande concertista, hoje radicado em São Paulo, e um dos spallas da Orquestra do Theatro Municipal de São Paulo. Nós temos o privilégio de receber Alejandro Aldana aqui, depois de mais de 25 anos, para fazer o concerto de Beethoven”.

Gustavo de Paco falou sobre a peça final do concerto, Baquianas Brasileiras número 2, de Villa-Lobos. São nove Bachianas, que ele começou a escrever quando voltou ao Brasil para um trabalho solicitado pela presidência da República, em 1930, depois de ter apresentado suas obras com muito êxito na Europa.

“A Baquianas nº 2 tem quatro movimentos, que são como se fossem quadros, pinturas. Essa obra nos dá a capacidade de visualizar imagens próprias do Brasil. O primeiro movimento é um prelúdio e também tem o nome de O Canto do Capadocio, que é efetivamente o canto de um pássaro”, explicou o maestro.

“O segundo é uma ária, com o subtítulo O Canto da nossa Terra. Ele resgata ritmos e melodias fantásticas do interior do Brasil, com solos de violoncelo muito notáveis. O terceiro movimento é uma dança, Lembrança do Sertão. Aqui, o compositor consegue, com sons, colocar no ouvinte um desafio. É uma peça que aguça muito a imaginação de cada um”, observou.

“E o quarto movimento, talvez o mais famoso de todos, é O Trenzinho do Caipira. Mais uma vez, a pessoa imagina um quadro de uma maria fumaça, de um trem antigo, andando pelas serranias, por diversas paisagens, desde o início da caminhada do trem, parando em algumas estações, até chegar no final. Tudo isso, Villa-Lobos faz com maestria. É uma composição inesquecível e muito conhecida por todos nós, aqui no Brasil, e esse vai ser justamente o movimento que vai fechar nosso concerto”, disse o maestro.

O violinista Alejandro Aldana disse estar empolgado em voltar à Paraíba depois de tanto tempo. Ele contou que morou na Argentina até os 21 anos, trabalhou um tempo na Alemanha e não imaginava em voltar ao Brasil, até que surgiu a possibilidade de trabalhar no Rio de Janeiro, onde foi spalla da OSB durante quatro anos, e desde 2016 é spalla da orquestra do Theatro Municipal de São Paulo.

“Meu pai trabalhou na Orquestra Sinfônica da Paraíba durante muitos anos e eu morei em João Pessoa até os sete anos de idade. Em todo esse período fora do país, eu não vim mais para João Pessoa e a expectativa é grande em voltar nessa cidade que é linda, que eu tenho lembranças muito bonitas, e de tocar nessa orquestra com tanta história”, comemorou Aldana.

Sobre o concerto desta quinta-feira, ele explicou que já tocou quase todos os concertos românticos grandes de violino, mas o de Beethoven será a primeira vez. “Estou muito animado. Eu já toquei muito repertório de música de câmara, sonatas para violino e piano, quartetos, todas as sinfonias de Beethoven, o que me deu muita bagagem, muita base para poder encarar o concerto de violino, porque é um concerto difícil, sobretudo pela interpretação”.

Beethoven escreveu o Concerto para Violino com 36 anos, quando já tinha uma carreira consolidada e já estava com a surdez bem avançada. “Então, é um concerto muito introspectivo, muito profundo, muito maturo e pra mim é uma felicidade poder tocar pela primeira vez, já adulto, esse concerto na cidade onde eu nasci. É um concerto muito longo, porém muito bem desenvolvido”, destacou.

O solista

Um dos mais expressivos artistas em atividade, o violinista argentino-brasileiro, nascido em João Pessoa, Alejandro Aldana, é o atual spalla da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo, atuando frequentemente como solista convidado das mais importantes orquestras da América do Sul.

É spalla-fundador da São Paulo Chamber Soloists, um grupo de câmara referência no cenário musical, criada em 2020, que já recebeu o prêmio Proac Lab 2021 e se apresentou nas principais salas do Brasil e na Americas Society, de Nova York.

A paixão de Alejandro Aldana pela música de câmara fica evidente também na sua última e mais recente formação, que foi a criação, em 2021, do DUO AM, com o pianista Fabio Martino. Essa vertente também alcançou, em pouco espaço de tempo, prêmios e reconhecimento, além de convites para atuar nas temporadas da Sociedade de Cultura Artística (on-line), Festival de Inverno de Campos do Jordão, Teatro Bradesco, Theatro Municipal de São Paulo, entre outros.

Na sua carreira há inúmeras estreias mundiais, como “As Quatro Estações Brasileiras”, dos compositores Léa Freire, Silvia Goes, Alexandre Guerra e Felipe Senna. Com o pianista Fabio Martino e a São Paulo Chamber Orchestra, Alejandro Aldana realizou a primeira audição latino-americana do concerto duplo de Nikolai Kapustin, na Sala São Paulo. Fez ainda a estreia brasileira do “Concerto para Violino e Orquestra”, de Esteban Benzecry, frente à Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.

Alejandro Aldana foi spalla da Orquestra Sinfônica Brasileira (2012-2016) e spalla convidado da orquestra da Ópera de Frankfurt (2011-2012). Também desenvolve uma carreira como professor de violino no Instituto Baccarelli e professor convidado dos principais festivais internacionais, a exemplo do Festival de Campos do Jordão e da Oficina de Curitiba Orquestra.

É formado pela Universidade de Música e Artes Visuais de Frankfurt, na Alemanha, e da Universidade Patagônica de Artes, na Argentina.

O regente

Natural de Buenos Aires, Argentina, Gustavo de Paco de Gea graduou-se pelo Conservatório Juan José Castro. Após trabalhar alguns anos como docente e flautista nas orquestras argentinas, foi convidado pela Universidade Federal da Paraíba para ser professor do Curso Superior e de Extensão de Flauta, onde ensina até hoje.

Trabalhando na UFPB desde 1978, foi membro fundador do Quinteto Latinoamericano de Sopros, apresentando-se em todo o país e no exterior com esse grupo camerístico. É também membro fundador e primeiro flautista da Orquestra Sinfônica da Paraíba desde 1980.

Desde 1985, é primeiro flautista da Orquestra Sinfônica do Recife (PE), desenvolvendo intenso trabalho na área da música sinfônica também em outras orquestras do país. Detentor de vários prêmios nacionais e internacionais, Gustavo de Paco de Gea tem se apresentado nos mais importantes festivais do Brasil.

Foi professor de flauta convidado no Centro de Criatividade Musical de Recife, em 1996 e 1997, e assumiu nesse ano a preparação dos sopros na Orquestra Infantil do Estado da Paraíba. É regente de orquestra desde 2001, ano em que criou a Orquestra de Câmara Municipal de João Pessoa, envolvendo jovens talentosos da região. Nesse organismo, foi diretor artístico e regente titular até 2010.

Em 2012 foi nomeado maestro e diretor artístico da Orquestra Criança Cidadã, em Recife, e, no ano seguinte, foi designado para reger o Concerto de Estreia da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba (OSUFPB), regendo desde então recorrentemente esse organismo como maestro convidado.

Em 2014, aceitou o convite da Prefeitura de João Pessoa para ser maestro assistente da nova Orquestra Sinfônica Municipal, onde permaneceu até 2018. Atualmente, o maestro Gustavo de Paco de Gea é o regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Entrada gratuita – Não é cobrado ingresso para os concertos da Orquestra Sinfônica da Paraíba. Idosos, cadeirantes e demais pessoas com dificuldade de locomoção têm entrada acessível na lateral da Sala de Concertos, ao lado do palco da Praça do Povo. Há também cadeiras especiais para esse público. O programa do concerto ficará disponível na bio da página da OSPB no Instagram: @orquestra.ospb.

 

SERVIÇO

Orquestra Sinfônica da Paraíba

2º Concerto Oficial da Temporada 2024

Regência: Maestro Gustavo de Paco de Gea

Solista: Alejandro Aldana (violino)

Dia: 25 de abril (quinta-feira)

Hora: 20h30

Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira, Espaço Cultural

Ingresso: Gratuito

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