A vacinação contra o HPV no Brasil, a partir de agora, passa a ser aplicada em dose única. Até então, o país utilizava um esquema de duas doses para combater a infecção sexualmente transmissível, principal causadora do câncer de colo de útero. A mudança ocorreu após avaliação de estudos que mostraram evidências científicas de que apenas uma dose pode fornecer proteção igual a duas ou três doses. O anúncio da dose única foi feito pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, na noite dessa segunda-feira (1º).
Nesta terça-feira (2), a Secretaria de Estado da Saúde (SES), enviou ofício circular aos coordenadores de imunização regionais e municipais orientando para seguir a Nota Técnica do Ministério da Saúde que trata da adoção da dose única da vacina HPV para pessoas do sexo feminino e masculino, de 9 a 14 anos de idade, e inclusão das pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PRR), como grupo prioritário da vacina HPV, independentemente da idade.
A nota ressalta que a adoção da dose única de HPV no Programa Nacional de Imunizações, será somente para os adolescentes de 9 a 14 anos, mantendo-se as recomendações para os demais grupos (imunossuprimidos e vítimas de violência sexual). “Ressaltamos que a realização da estratégia de resgate de adolescentes até 19 anos, 11 meses e 29 dias, não vacinados (aqueles com dose zero de vacina HPV) será iniciada apenas na região Norte, local com menor cobertura vacinal e maior mortalidade por câncer de colo do útero, e segundo o estudo da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), a última região do país a alcançar a eliminação desse câncer”, diz a nota.
Segundo a chefe do Núcleo de Imunizações da SES, Márcia Mayara, a dose única significa uma vacinação mais fácil e eficaz. “Com essa nova estratégia, esperamos ter uma melhor adesão à vacinação, aumento nas coberturas vacinais, acelerando na luta contra o câncer de colo de útero. Para isso, contamos com os municípios no trabalho de busca ativa dessas crianças e adolescentes nas escolas”. declarou.
Prevenção – Vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a infecção. A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS.
Há também o Papanicolau – exame ginecológico preventivo mais comum para identificar lesões precursoras do câncer do colo do útero. Esse exame ajuda a detectar células anormais no revestimento do colo do útero, que podem ser tratadas antes de se tornarem câncer. O exame não é capaz de diagnosticar a presença do vírus, no entanto, é considerado o melhor método para detectar câncer de colo do útero e suas lesões precursoras. Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir 100% dos casos, por isso é muito importante que as mulheres façam o exame de Papanicolau regularmente.
Preservativo – O uso do preservativo (camisinha) masculino ou feminino nas relações sexuais é outra importante forma de prevenção do HPV. Contudo, seu uso, apesar de prevenir a maioria das IST, não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois frequentemente as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal). A camisinha feminina, que cobre também a vulva, evita mais eficazmente o contágio se utilizada desde o início da relação sexual.