O líder do PSB na Câmara dos Deputados, Gervásio Maia (PSB-PB), apresentou requerimento, nesta segunda-feira (6), pedindo a saída do partido da “blocão” de partidos comandado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O grupo reúne, além dos socialistas, agremiações como União Brasil, o PP, o PDT, o PSDB, o Cidadania, o Avante, o Solidariedade e o Patriota. Com a decisão, 14 parlamentares deixam o agrupamento fundado por Lira.
A decisão ocorreu no mesmo dia em que Lira elevou o tom das críticas contra o governo, por causa do veto do presidente Lula (PT) a R$ 5,6 milhões em emendas ao orçamento da União. No discurso de abertura dos trabalhos na Câmara dos Deputados, o presidente da Casa fez cobranças ao Executivo, cobrando atribuições que constitucionalmente são exclusivas do Presidente da República.
A criação do “blocão”, por Lira, foi uma reação do Centrão ao PT e o PL, que são donos das maiores bancadas. Reunindo as demais siglas, o Centrão garantia as maiores bancadas, e, assim, ter prioridade na escolha de comissões.
O primeiro grande bloco nesta legislatura foi feito entre MDB, PSB, Republicanos e Podemos, e reúne 144 deputados. O “blocão” surgiu depois e tem 176 parlamentares. Com a saída do PSB, o grupo agora terá 162 parlamentares, mas ainda continuará sendo o maior da Casa.
A presença de partidos como o PSB e o PDT frustrava relações com o governo. Apesar de serem fiéis às pautas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em determinadas votações, o antigo líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PE), precisou orientar votos contra o governo no plenário, por ser também líder temporário do “blocão”. Isso mudou com a chegada de Gervásio Maia, que encampa visão mais progressista à atuação do partido.