Foi aberta, nessa quinta-feira (16), em Campina Grande, a 4ª Conferência Estadual de Cultura da Paraíba. O evento discute as políticas culturais do estado e vai definir as ações que os delegados vão levar para a Conferência Nacional de Cultura, realizada em março de 2024, em Brasília. O encontro ocorre no Garden Hotel e se estende até este sábado (18), quando serão definidos os 60 delegados que vão representar o estado no Distrito Federal.
A conferência estadual reúne mais de 430 delegados eleitos em mais de 100 conferências municipais e intermunicipais de cultura, de forma que pessoas de 152 cidades paraibanas estão representadas em Campina Grande. E para celebrar a grandiosidade e a diversidade do evento, a abertura foi saudada com música e poesia. Apresentações do Programa de Inclusão Através da Música e das Artes (Prima) e da cantora Sandra Belê fizeram parte da programação.
Mais cedo, inclusive, os delegados tiveram uma primeira missão, que foi a de aprovar o regimento interno da Conferência Estadual de Cultura. E entre os pontos mais importantes está a equiparação de delegados por regional de Cultura, de forma que foi aprovada uma resolução que define três delegados de cada regional a serem eleitos para a Conferência Nacional (dois da sociedade civil e um do Poder Público). Outros 18 delegados saíram dos encontros setoriais já realizados anteriormente e seis serão indicados pela Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba (Secult-PB).
Anfitrião da noite, o secretário de Estado da Cultura da Paraíba, Pedro Santos, destacou os esforços que as pessoas que atuam no setor cultural paraibano vêm travando nos últimos tempos. Ao mesmo tempo, ressaltou que se tratava de uma “luta boa”, que valia a pena e que vinha rendendo bons frutos.
“É uma luta boa não perder o prazo e garantir os recursos da Lei Paulo Gustavo para a Paraíba, ou de se transformar no primeiro estado brasileiro que conseguiu aprovar o plano de ação da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Tudo isso significa recursos importantes para as trabalhadoras e para os trabalhadores de cultura de nossa Paraíba”, comemorou.
Ele ressaltou também a presença do Ministério da Cultura na Conferência Estadual e comentou que a própria recriação do MinC era uma retomada das políticas públicas para o setor. “Foram quatro anos sem chuva. Mas as políticas culturais estão de volta ao Brasil”.
Pedro Santos ponderou ainda que o objetivo é, ao término de todo o evento, produzir a “Carta da Paraíba”, com as propostas do estado para as políticas de cultura do Brasil.
De Brasília, o governador João Azevêdo gravou um vídeo que foi exibido no auditório. Ele lamentou a ausência na Conferência, por causa de compromissos políticos, mas fez questão de ressaltar o investimento histórico que o Governo da Paraíba injetou no fomento em políticas culturais. “São mais de R$ 70 milhões em cultura”, frisou o governador.
Resistência – Durante a solenidade de abertura, várias autoridades foram convidadas para participar e falar sobre o momento atual da cultura na Paraíba e no Brasil. E uma das mais aplaudidas foi a professora e escritora Eneida Agra, que falou em nome dos trabalhadores de cultura do estado.
Natural de Campina Grande, ela falou da honra de a cidade receber a conferência e ressaltou o momento de retomada da área no país. “Sintam o poder das artes. Um poder que é imaterial”, comentou.
Ela citou e vibrou com nomes como Paulo Freire e Paulo Pontes. E parafraseando o economista paraibano Celso Furtado, lembrou que não é a economia, mas a cultura, que faz o desenvolvimento.
Representando o Ministério da Cultura, o diretor do Sistema Nacional de Cultura, Júnior Afro, lembrou dos tempos de terra arrasada da gestão anterior à frente da Presidência da República e comemorou a retomada das conferências de cultura. “O que estamos fazendo aqui é reconstruir uma estrutura sistêmica de cultura para o nosso País. Porque é através da cultura que vamos fortalecer a democracia”.
Falaram ainda Ana Neiry Melo, em nome do Conselho Estadual de Política Cultural da Paraíba; Lídia Moura, secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana; a vereadora Jô Oliveira, representando a Câmara Municipal de Campina Grande; o deputado estadual Chico Mendes, representando a Assembleia Legislativa da Paraíba; e a secretária de Cultura de Santa Luzia, Tereza Nóbrega, em nome de todos os gestores municipais de Cultura.