Com o objetivo de identificar paraibanos de comunidades quilombolas com anemia falciforme ou traço falcêmico, a equipe da 5ª Gerencia Regional de Saúde, com o apoio do Hemocentro, realizou durante os meses de maio, junho e julho a coleta de sangue em cinco localidades do Cariri paraibano.
No total, foram 388 amostras coletadas para a realização do exame de eletroforese de hemoglobina para detecção da doença. A ação é fruto de uma solicitação dos quilombolas durante uma visita dos profissionais de saúde para a entrega de máscaras descartáveis nas comunidades, durante o mês de janeiro deste ano.
Em maio, foram realizadas 112 coletas na Comunidade Quilombola Cacimba Nova, no município de São João do Tigre; no mês de junho, a equipe esteve em três comunidades quilombolas da cidade de Serra Branca: Cantinho, Ligeiro de Baixo e Lagoinhas, onde foram realizadas um total de 191 coletas; e já neste mês de julho, o trabalho foi feito na comunidade Roça Velha, no município de Camalaú, para a realização de 85 coletas.
Segundo a gerente regional de Saúde da 5ª Região, Ravena de Farias, a população negra tem uma predisposição genética para ter anemia falciforme ou o traço falcêmico, e muitos não têm conhecimento sobre a doença. “Esse trabalho vai permitir que seja feito um rastreio de quantas pessoas com anemia falciforme existem nessas comunidades e, com isso, potencializar a qualidade do acesso à saúde dessa população”, afirma.
Ravena ainda lembra que através do levantamento também será possível a identificação de pessoas que têm apenas o traço falcêmico, uma condição na qual a doença não se manifesta, mas que pode ser transmitida hereditariamente.
Sobre a doença – A anemia falciforme é uma doença hereditária caracterizada pela alteração em uma proteína denominada hemoglobina, que faz parte dos glóbulos vermelhos do sangue. Em condições de estresse, como infecções, desidratação e esforço físico, essa proteína sofre uma alteração estrutural e os glóbulos vermelhos (hemácias) tornam-se parecidos com uma foice, daí o nome falciforme.
Essas células com estrutura alterada geram os sintomas da doença, entre eles, anemia, crises de dor óssea, infecções recorrentes e danos progressivos aos órgãos. Para que o portador da doença possa manter a enfermidade sob controle, é de fundamental importância que realize exames periodicamente e receba o tratamento para prevenção e controle das complicações potenciais.