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Inteligência Artificial – leia o texto de Demétrius Faustino

Seja como for, mas atualmente, todo mundo já reconhece que a inteligência artificial é uma realidade que vem tomando espaço na sociedade contemporânea. E entre seus inúmeros objetivos robóticos, um deles é o de desenvolver tecnologias que tenham a capacidade de fazer parecer real as ações humanas e de pensar de maneira lógica, e com isso, criar soluções para os aspectos mais variados da nossa existência.

A inteligência artificial, é bem verdade, tem desempenhado um papel cada vez mais importante, por exemplo, na música, onde na chamada Produção Musical a IA tem sido usada para melhorar a qualidade do som e otimizar o processo de mixagem e masterização. Algoritmos de IA podem analisar e processar automaticamente o som, identificando e corrigindo problemas de equalização, compressão, níveis de volume e outros aspectos da produção musical. Isso pode ajudar os produtores a alcançar um som mais profissional e polido.

Mas é certo também, que a inteligência artificial, com seus algoritmos que fazem parte do nosso cotidiano, têm brechas, falhas inconcebíveis.

Um interessante exemplo, é relatado pelo maestro João Carlos Martins, onde ele conta que o saudoso jornalista Gilberto Dimenstein e o ator Alexandre Nero lhe convenceram a ter seu próprio Instagram, sob o argumento de que seria mais uma peça no tabuleiro de democratização da música clássica, principalmente no Brasil, e assim aceitou a ideia. Para tanto, todos os sábados iniciou uma pequena postagem tocando ou regendo em algum lugar do Brasil ou do mundo, sempre com imagens ou trilhas sonoras ao vivo.

Entretanto, ficou surpreso, atesta o maestro, ao perceber alguns bloqueios. Um deles, era o próprio regendo com a sua expressão facial a sua Bachiana, tocando Brahms, e o algoritmo legendando dizendo que se tratava da Filarmônica de Berlim.

E diz o maestro:

Claro que seria uma honra ser comparado a essa grande orquestra, mas é fake.

Para sanar as lacunas dessa inteligência (e que são crimes), especialistas no assunto, dizem que talvez a solução seria a exigência para que o artista sempre faça constar em sua postagem a frase “áudio original” e, caso seja fake, obviamente que seria percebido e menosprezado pela classe artística, notadamente aquela que considera a cultura como a alma de uma nação.

Na avaliação do maestro, o algoritmo é capaz de reconhecer o compositor, mas esporadicamente o intérprete, pois as melindrosas tonalidades perceptíveis aos seres humanos não são nítidas para o algoritmo, e atualmente, diz ele, como não temos mais um Bach, um Beethoven ou um Mozart, a interpretação transformou-se na única forma de distinguir a individualidade do intérprete.

Sobre o assunto fica a pergunta que não quer calar:

“Esta é uma maneira de democratizar a música clássica ou afastar o público digital, lastimavelmente ainda diminuto, deste fascinante universo que nos foi transmitido pelos grandes compositores do século 16 até meados do século 20?”

Como diria ainda o maestro “Hoje se fala muito em fake news, mas espero que ´fake playing news´ não seja assunto da ignorância artificial, que não respeita a dignidade de um músico que fica horas, dias, semanas, anos para mostrar a que veio no mundo da música e para demonstrar como a individualidade do intérprete pode conviver com a personalidade do compositor”.

Particularmente, concordamos com o filósofo e escritor Elbert Hubbard, ao afirmar que “uma máquina consegue fazer o trabalho de 50 homens comuns, mas não consegue fazer o trabalho de um homem extraordinário”.

Thaysa Videres
Thaysa Videres
Jornalista - Assessora de Comunicação - Repórter do PautaPB / [email protected]

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