O excesso de colesterol no sangue pode trazer diversos males ao sistema cardiovascular e, por não apresentar sintomas, é considerado um problema silencioso. No Dia Nacional de Combate ao Colesterol, 8 de agosto, especialistas reforçaram a importância da prevenção de doenças cardiovasculares, principalmente o infarto e o acidente vascular cerebral, que são a principal causa de mortes no Brasil. De acordo com o cardiômetro, indicador criado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, são mais de 1100 óbitos por dia.
Segundo o cardiologista Francival Souza, médico cooperado da Unimed João Pessoa, em grande parte dos casos, é possível controlar ou baixar o nível de colesterol sem medicamentos. “Apenas a adoção de um estilo de vida saudável já ajudaria, a longo prazo, a diminuir problemas de saúde”, ressalta. Isso significa manter uma boa alimentação, praticar atividades físicas e consultar o médico regularmente.
De acordo com Francival Souza, existem duas causas do colesterol alto: a primária, que é ligada à genética; e a secundária, associada a outras patologias, como hipertensão, diabetes, obesidade e alterações na tireoide. Outros fatores são o uso de medicações, como corticoides, por tempo prolongado, sedentarismo e nutrição irregular. “Na alimentação, deve-se reduzir a gordura saturada, principalmente a carne vermelha e alguns derivados do leite que não sejam desnatados. Controlar a obesidade também é essencial, já que ao fazer isso reduz-se a ingestão calórica”, explica.
Confira mitos e verdades sobre o colesterol:
Colesterol alto causa tontura: Mito. Francival Souza reforça que não existem sintomas. “Exceto alguns casos de problemas genéticos, que causam alterações na pele ou na córnea, não se notam sinais e é importante uma avaliação médica para fazer o diagnóstico e tratar o mais precoce possível”.
Existe colesterol bom e ruim: Verdade. De acordo com Francival Souza, o HDL, que é a lipoproteína de alta densidade, é considerado colesterol bom, pois tem a função de tirar essa substância da circulação e levar para o fígado. Já o LDL, lipoproteína de baixa densidade, é o ruim, uma vez que ele se deposita nas paredes das artérias e forma placas que levam a doenças cardiovasculares.
Ovo aumenta o colesterol: Mito. Apesar de ser rico em colesterol na gema, segundo o cardiologista, o ovo não tem impacto significativo no corpo. “A maior parte do colesterol no sangue decorre da produção dessa substância no fígado e não do que é ingerido”, explica.
Vinho reduz os níveis de colesterol: Verdade. Por conter flavonoides, que são substâncias antioxidantes, o vinho, principalmente o tinto, traz benefícios cardiovasculares. “O vinho pode diminuir o risco do colesterol ruim se depositar nas paredes das artérias. Em pequenas quantidades, é capaz de trazer benefícios, porém é preciso tomar cuidado. Em excesso, pode levar a problemas hepáticos ou outras doenças”, orienta Francival.
Colesterol alto atinge apenas pessoas obesas: Mito. “Apesar de serem um grupo com maior risco, podem existir obesos com taxas normais e magros que apresentam índices alterados, principalmente aqueles que possuem alterações genéticas. Por isso, é importante que todos busquem orientação e tratamento”, lembra o cardiologista.
É possível controlar o colesterol apenas com alimentação e exercícios: Verdade. Em situações em que os níveis não estão muito altos e que a causa esteja ligada às alterações secundárias, é possível trazer os índices para a normalidade. “Apesar disso, em pessoas que têm alteração genética, já tiveram infarto, têm diabetes ou outros problemas cardiovasculares, é preciso aliar a vida saudável ao uso de medicamentos”, explica.
Tratamento de colesterol alto interfere nos hormônios: Mito. Segundo Francival, ao ser feito de forma adequada, o tratamento não diminui a testosterona no homem nem interfere na saúde da mulher. “Isso precisa ser desmistificado para que as pessoas não deixem de usar os medicamentos indicados”, alerta.