Pela primeira vez na história a Copa Libertadores poderá ter uma semifinal integralmente composta por times de um mesmo país.
E a exclusividade pioneira deverá ser brasileira!
Se nesta quinta-feira, o Internacional eliminar o Olímpia e o Fluminense confirmar classificação sobre a LDU, as quartas de final da maior competição sulamericana de clubes será composta por nada menos que seis brasileiros contra apenas um clube argentino e outro equatoriano.
A supremacia do Brasil nesta edição é uma tendência que vem se desenhando há tempos e, dentre outros fatores, está diretamente relacionada ao poderio econômico dos clubes locais.
Para se ter idéia desde 1992, quando se iniciou a fase mais vitoriosa brasileira na Libertadores, a partir do São Paulo de Telê Santana, são 15 títulos de times do Brasil, contra 10 da Argentina e outros 4 divididos entre representantes da Colômbia, Equador e Paraguai. O Uruguai, que até 1995 tinha mais títulos que o Brasil, desde então não venceu nenhuma edição e amarga o limbo, um vertiginoso declínio e, a olho nu, sem perspectiva de retorno (aos gigantes PenarolxNacional restou um decadente confronto pelas oitavas de final da Sulamericana, a jocosamente chamada de segunda divisão da América do Sul).
Arrisco dizer que em pouco mais de uma década, muito provavelmente, o Brasil alcançará a Argentina como maior detentor de títulos continentais. Atualmente o placar está em 25 a 20 a favor dos hermanos.
E são apenas os vizinhos platinos quem, hoje, podem fazer alguma frente a hegemonia brasileira no futebol sulamericano, mesmo. Para ser mais preciso River Plate e Boca Juniors, únicos “intrusos” na lista dos 10 mais ricos e poderosos times da América do Sul. Naturalmente todos os outros 8 são daqui.
Neste mesmo período de recorte, as últimas três décadas de construção da imposição brasileira, registraram-se as primeiras finais entre clubes de um mesmo país. Quatro delas ocorreram e, adivinhem? Três entre times brasileiros (a última exatamente no ano passado com o duelo paulista entre SantosxPalmeiras) e apenas uma argentina, por sinal um épico duelo além-mar entre BocaxRiver, o Superclássico.
O monopólio brasileiro parece se estender também além gramado… Independente dos debates acerca da validade, ou não, o epísódio de anulação de dois gols do Boca nas partidas contra o Atlético-MG pelas oitavas da Libertadores deste ano prova isso. Uma força de bastidores inabitual ao futebol brasileiro junto a Conmebol. E contra o mais poderoso e influente time continental.
Não deveria ser assim, mas a história mostra, que, além dos fatores de “campo”, para vencer na América do Sul, é necessário estar bem “entrosado” com a cúpula que comanda o futebol sulamericano. O Brasil parece estar bem “treinado” e com a tática ideal.