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A derrota do Brasil e o bizarro trunfo político dos “vencedores”! – No texto de Marcos Thomaz

Eu poderia fazer um texto sobre o ressurgimento de dois gigantes…

 

Afinal, Argentina e Itália voltaram a ser campeãs após longo hiato.

 

Bom para o futebol.

 

Mas só para contrariar eu quero tratar do que subjaz a esses feitos…

 

Lá nas zoropa a AZZURRA estava há 15 anos longe do topo do pódio e vinha de uma década de suplício, com uma eliminação na primeira fase do Mundial e sequer se classificando a última Copa do Mundo”.

 

Mas, aquela que chamo da “camisa mais pesada do mundo”, que não só enverga varal, mas destrona gigantes favoritíssimos (lembram de 82, Canarinhos?) não poderia emergir suavemente, tinha que irromper em barulho estrondoso.

 

Aqui, no hemisfério de baixo, onde tudo continua a descer, deu Argentina com requintes de crueldade. Exorcizaram o fantasma de três décadas de seca, sem nenhum mísero título, com um novo Maracanazzo.

 

Antes da derrota, o menino mimado Neymar mandou os “argentinos tupiniquins” para a casa do c…”.

 

Vejam bem, nem preciso falar do que penso sobre Neymar, menos ainda que o cidadão não tem direito de mandar ninguém pra canto nenhum.

 

Eu também não tenho nada a interferir para quem você torce, ou deixa de torcer…

 

Mas já que estou aqui, vou meter o bedelho e exercer às vezes do ANALISTA, não aquele de Bagé, mas de Buerarema mesmo, sobre o sintoma crônico que aflige o brasileiro argentinizado.

“Se segura que lá vai madeira…”

 

Há muitas características comuns aos albicelestes-brazucas, mas também especificidades dentre os tipos.

 

Já disse aqui, ou alhures, que o brasileiro não gosta de futebol de verdade, não tem lealdade a time, menos ainda a seleção. Ele gosta é de ganhar.

 

Vamos lá…

 

De repente surgiu aqui uma legião de “hermanos”, fervorosos discípulos da seleção de Evita.

 

Um fenômeno que pode ter raiz anterior, mas ganhou força no começo do novo milênio.

 

Típica birra de menino amarelo. O brasileiro pós fracasso do quadrado mágico de 2006 resolveu demonizar a seleção. Vinha de três finais consecutivas 94, 98 e 2002, com dois títulos no período, e, claro, não aceitava aquela condição.

 

Opção mais fácil para legitimar a indignação?? Escolher torcer para o oponente máximo. Aquele que antagoniza mais ao futebol brasileiro: a Argentina.

 

E as alegações?? “Temos um time estelar, imbatível e perdemos. A Argentina tem garra, tradição, jamais perderia nestas condições”.

 

Sim, claro, muito razoável este pensamento… A mesma Argentina que fracassou de modo retumbante com constelações nos últimos 30 anos de mundiais.

 

Há ainda o brasileiro que se argentinizou antes. Aquele mesmo que insiste que a Copa de 98 foi forjada. Um grande acordo para fazer a França campeã em casa. A teoria remete até a intervenção de patrocinador. Detalhe que a França tinha como fornecedora a Adidas e o Brasil a Nike, rivais históricas no ramo!?!?

 

Apenas mais uma da série “a gente não sabe perder”. Somos péssimos perdedores.

 

Tem ainda aqueles revoltosos oriundos da era derrotista da seleção brasileira. Se camuflam de saudosos do futebol romântico, evocam o sofrimento da Copa de 82, da tragédia do Sarriá, do massacre de Paolo Rossi sobre a geração de Zico, Sócrates etc para dizerem que “aquilo é que era futebol”. Na verdade integram a geração que cantava inconformada, a plenos pulmões, “a gente joga bola e não consegue ganhar”, mas fingem amor eterno a seleção brasileira!

 

Só que agora, nestes tempos estranhos, surgiu outro tipo de bizarrice!

 

A alienação comum do jogador brasileiro, a apropriação do símbolo canarinho por essa “gente estranha”, o selo bolsonarista impresso nesta Copa América e tudo o mais, além da aversão natural causada em mim e outros, foi além e, literalmente desorientou de vez alguns.

 

Êxtase coletivo, redenção social, trunfo político, vitória do bem contra o mal.

 

Assim foi celebrada a vitória Platina em posts nas redes, textos jornalísticos, análiises científicas, tratados entre nações, ata do Mercosul e tudo o mais.

 

O discreto Messi virou Che Guevara!

 

O time argentino, que fez um jogo feio e medíocre como o brasileiro, foi exaltado.

 

O tempo inteiro os hermanos se pautaram na pancadaria, rodízio de “batedores”, catimba e o escambau. O que antes seria motivo para a pecha de desleais, praticantes de anti-jogo, foi de repente enaltecido como símbolo de guerreiros!

 

A AFA, tão ou mais corrupta que a CBF se transformou na Transparência Internacional.

 

Eu, que já tenho estado bem indiferente à seleção brasileira há um bom tempo, assisti tudo isso com o devido distanciamento e a clara percepção de que “alguma coisa está fora da ordem”.

 

Lá e cá…

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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