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EXISTE PECADO DO LADO DE BAIXO DO EQUADOR; Por Demétrius Fasutino

Demétrius Faustino

 

Há muito que aventuramos nos preparar para o despenhadeiro que a minoria dominante do planeta tornou côncavo para todos nós, a exemplo dos bilionários que arrancaram suas fortunas da natureza. Mas nunca nos preparamos para o que está acontecendo no Brasil de hoje.

São dois acontecimentos concomitantes e conectados, o que torna nosso país diferente de outros do mundo: a Pandemia e a destruição da Amazônia, e este último contorce de dor o mundo ambientalista, de Gálvez a pós Chico Mendes. Não merecemos isto, pois até no Egito foi uma praga de cada vez.

Atualmente, e pelo andar da carruagem, o tamanho do assombramento com relação a Amazônia é bem maior e da conta, no que podemos praticamente dizer adeus a região de maior biodiversidade do planeta.

Perderam o senso e esqueceram que a Amazônia é o símbolo intocável do verde da bandeira de nossa terra; que ela é nossa e que o máximo de aniquilação que seria possível fazer seria sangrá-la apenas de fora a fora e “olhe lá”.

Nem de longe o que vem ocorrendo na área ambiental no Brasil deve-se a refrigeração da qualidade ou zelo, abnegação em serviço do pessoal locado nos órgãos públicos de controle e fiscalização, reflexo do animoso enfraquecimento desses próprios órgãos, pelas assíduas demissões de técnicos de competência comprovada internacionalmente, do despejamento de equipes e instituições e do desprezo que nem mesmo se procura esconder.

Essa atitude faz com que o mundo todo fique de olho em cima e voltado para o Brasil por causa dos maus-tratos domésticos à floresta e ao meio ambiente em geral. E não é por falta de aviso.

Há relatos no seio político interno, de que cerca de dezenas de empresas, organizações e instituições financeiras internacionais já se pronunciaram oficialmente ao governo, na diligência de medidas eficazes para a interrupção do desmatamento galopante da Amazônia, no que comprova a ilegalidade do desmatamento, invasões e grilagens de terras, e incêndios criminosos.

Mas, será que esse pleito será atendido?

Para quem enxerga direito por linhas tortas e obtém a leitura do que não está claramente escrito, percebe que a ameaça real é a de que o destino da Amazônia acabará sendo semelhante ao da Mata Atlântica, que hoje, está visivelmente extenuada. Onde está o Brasil acima de tudo?

E mais, já está de fato ocorrendo, sanções e perdas econômicas abundantes para o Brasil, cuja tendência é aumentar, onde sofrerão as exportações do agronegócio, assim como desaparecerão investimentos em infraestrutura e recuarão negociações mercantis preparadas no fogo vagaroso de muitas negociações prévias, a exemplo do acordo bilateral União Europeia-Mercosul. Até mesmo redes de supermercados europeus já ameaçam abandonar a aquisição de alimentos produzidos no Brasil em áreas desmatadas, tratadas ao estremecimento das leis ambientais.

Enquanto isso o governo acreditando que campanhas publicitárias dirigidas ao estrangeiro poderão, por si só, reverter a imagem denegrida desses nossos tristes trópicos, de forma equivocada apresenta vídeos produzidos em inglês para mostrar, em redes digitais, as procedências da carne, do café, da soja, do suco de laranja e do açúcar do Brasil, como se essa atitude reduzisse a veemente crítica especializada internacional.

É imprescindível que o governo se conscientize e trate o tema como exigências globais do ilimitado engajamento socioeconômico cooperativo entre as nações e das estratégias geopolíticas mundiais.

Não se pode simplesmente mandar “passar a boiada” dos desmatamentos, das queimadas ilegais, grilagens e invasões impunemente, como se não existisse pecado do lado de baixo do Equador.

João Pessoa, junho de 2020.

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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