A Prefeitura de João Pessoa vai criar um Grupo de Turismo com a participação de representantes de diversas instituições públicas e privadas para discutir um amplo projeto de política pública para desenvolver o setor no pós-pandemia. Os investimentos serão em tecnologia da informação, inteligência artificial, criação de roteiros que trabalhem com as comunidades de base, capacitação de mão de obra e recuperação financeira das empresas que atuam no setor e que foram afetadas diretamente com a pandemia da Covid-19.
A criação desse grupo foi anunciada pelo secretário Municipal de Turismo, Daniel Rodrigues, no encerramento da segunda webinar ‘O Turismo precisa respirar’, elaborada pela diretoria de Desenvolvimento Institucional da Secretaria de Turismo (Setur), que ocorreu nesta sexta-feira (30). O evento reuniu, de forma remota, diversas instituições que atuam na cadeia produtiva do turismo, seja nas áreas acadêmica, gestões públicas municipal e estadual e financeira. A palavra de ordem de todos foi parceria, mas, sobretudo, compartilhamento de ideias com foco na tecnologia da informação. “Vamos disciplinar todas as ideias e os projetos para criar um ambiente que nos permita desenvolver ações que passem a tornar João Pessoa um destino mais atrativo, de referência”, disse Daniel Rodrigues.
Diversos projetos que estão sendo desenvolvidos pelas instituições passam direta e indiretamente pelas atividades turísticas. A Secretaria de Ciência e Tecnologia e a Setur, por exemplo, estão em entendimento para desenvolver um planejamento estratégico direcionado para políticas públicas, criando ambiente para tornar João Pessoa uma ‘cidade inteligente e sustentável’, segundo a secretária Margareth Diniz (Ciência e Tecnologia). “Queremos tornar João Pessoa uma cidade atrativa e inovadora”, pontuou.
No viés tecnológico, a diretora técnica da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PactecPB), Nadja Oliveira, afirmou que a tecnologia é uma grande aliada do turismo e permite maior notoriedade aos destinos que souberam trabalhar com essa ferramenta da melhor forma. Na Paraíba, por meio da Pactec, já estão sendo desenvolvidos projetos com várias startups, que ampliam a informação dos roteiros, como o TecTur, que alinha a tecnologia a detalhes dos pontos turísticos de Campina Grande utilizando um toten com QR Code.
Mão de obra – Além da tecnologia, a webinar pontuou projetos desenvolvidos pelas instituições como Senai, Fiep, Sesi e Fecomércio, que trabalham no aprendizado e capacitação de mão de obra, colocando no mercado de trabalho profissionais plenamente capacitados. A educação é básica no modelo de gestão de profissionais pelas empresas e, conforme Gricélia Pinheiro, assessora da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), o Serviço Social da Indústria, Sesi, é um grande formador de talentos desde o primeiro ano da educação básica. “Podemos formar técnicos para atuar em áreas específicas do turismo, principalmente jovens. Temos programas para isso”, disse.
No campo acadêmico, a coordenadora do curso de Turismo da Universidade Federal da Paraíba, Andréa Porto, questionou quais profissionais o mercado do turismo precisa, afirmando que a instituição tem se preocupado com isso e direcionado as discussões para ampliar e melhorar as atividades acadêmicas, explorando as necessidades do setor. A UFPB tem atuado também no quesito de captar mais informações sobre os destinos, criando grupos de trabalho, um deles, que faz um georreferenciamento utilizando dados do Cadastur, disponibilizando informações sobre os equipamentos que trabalham com as atividades do turismo, divididos por regiões.
O curso também interage com instituições como Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), Ministério do Turismo e Universidade de Brasília, desenvolvendo a criação de novos roteiros e buscando capacitação de profissionais. São projetos como Cicloturismo, que é um roteiro por 12 rotas pela capital paraibana, georreferenciado, permitindo ao turista conhecer a cidade pedalando. Outra preocupação é trabalhar com o turismo de base comunitária, com a criação da Rede Rota Turismo de Inclusão, projeto desenvolvido com a UnB e MTur.
No campo da saúde financeira das empresas, Tibério Romão, gerente do escritório técnico de Estudos Econômicos do Nordeste do Banco do Nordeste, foi assertivo ao definir o momento como muito difícil para os empresários, informando que o BNB tem linhas de crédito que podem auxiliar o mercado, tanto na captação de novos recursos, como negociar e parcelar dívidas. “O banco também tem recursos para financiar projetos, a exemplo da criação do Observatório de Inteligência Turística que está em análise da Secretaria de Turismo”, afirmou.
Também participaram e contribuíram com o debate durante a webinar representantes do Sebrae, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq).