A Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) alertou médicos, em nota divulgada nesta quinta-feira (25), a não fazerem nebulização com comprimidos triturados de cloroquina para tratar pacientes com Covid-19. Os comprimidos podem causar danos ao sistema respiratório e o procedimento também pode contaminar o ambiente com partículas virais, disse a entidade.
No Rio Grande do Sul, 3 pacientes morreram depois de serem nebulizados com hidroxicloroquina, substância semelhante à cloroquina. Nenhum dos dois remédios tem eficácia contra a Covid-19; nesta semana, a Associação Médica Brasileira defendeu que ambos sejam banidos do tratamento da doença.
A sociedade lembrou que o comprimido de cloroquina tem talco e outras “substâncias agressoras” em sua composição. O acúmulo desse material nas vias respiratórias pode causar consequências a longo prazo, como insuficiência respiratória crônica.
A SPPT pontuou, ainda, que o uso de comprimidos por via inalatória não é recomendado em nenhum tratamento para nenhuma doença.
“Um dos princípios da medicina é o Primum Non Nocere, antes de tudo, não fazer mal ao paciente”, diz a nota. “Deixamos aqui o nosso apelo para que em nenhuma circunstância seja prescrita ou administrada inalação com comprimidos macerados”.
A formação de aerossóis virais é perigosa porque eles ficam mais tempo em suspensão do que as gotículas, por exemplo. Se outra pessoa estiver no mesmo ambiente e sem máscara adequada, ela pode inalar essas partículas e se contaminar. É assim que funciona a transmissão pelo ar – o contágio sem que se tenha contato direto com uma pessoa infectada.
G1