De acordo com a Organização Mundial da Saúde, todos os anos, as vacinas impedem cerca de 2 a 3 milhões de mortes, ao combater mais de 20 doenças fatais.
Mas no caso da vacina contra a covid-19 no Brasil, o Governo Federal fez o que pôde para que esta não chegasse, a exemplo de suspender sua compra pelo Ministério da Saúde, e escarafunchar e tentar desacreditá-la de todas as maneiras. Mesmo assim, a vacina finalmente chegou e já se percebe mudança na feição das pessoas, e um dos esforços para tal partiu do Governo do Estado de São Paulo, não há como negar.
E ainda bem que para dotar a nossa população de uma vacina capaz de diminuir a pandemia, já temos a Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, e o imunizante da Fiocruz, desenvolvido pela parceria entre a Universidade de Oxford e a AstraZeneca.
Entretanto, ainda não é suficiente, pois num país que menos de um ano morreram mais de duzentas mil pessoas, em decorrência da covid-19, ultrapassando a quantidade dos mortos de Hiroshima em decorrência da bomba atômica que os americanos explodiram sobre a cidade, este distribuiu apenas mais ou menos seis milhões de doses, o que não é o bastante para se pensar em imunização capaz de reduzir o ritmo da pandemia. E o que é o pior, já foram identificados casos de vacinações contrárias à regra, até mesmo no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, o que não é um bom exemplo.
É preciso continuar tratando os que estão infectados, e continuar vacinando os que podem ser vacinados, de uma maneira mais eficiente, rápida, e acima de qualquer divergência respeitar a ciência, o que tem sido árduo para o Brasil.
É necessário não esquecer também, que a imunização, como sabemos, se dá depois de duas doses da vacina, e, portanto, significa dizer que, nesta situação atual, três milhões de brasileiros deveriam ser vacinados, o que não está acontecendo, porquanto estão vacinando muito mais pessoas, sem a previsão de que teremos vacinas para a segunda dose.
Outro detalhe, é que se tivéssemos feito a lição de casa, pelo menos de forma mínima, poderíamos ter a certeza de quanto tempo levaria para o brasileiro ser imunizado, em vez de divulgar o uso da cloroquina. Por tal fato, os especialistas estimam que não teremos a imunização do povo brasileiro antes da metade do ano de 2022.
É que apenas a vacinação, numa cadência possível, é pouco para modificar o quadro. Como não temos condições de vacinar em massa a população, é substancial revermos nossa conduta e se convencer de que a covid-19 mata e que sem as medidas de distanciamento social e higiene não tem o que fazer, há não ser continuar morrendo. Diminuir o número de contágios seria a forma correta de agir, e ela pode ser conseguida se as pessoas seguirem os protocolos em vigor.
Mas mesmo em meio a tudo isso, temos a esperança de que a vida possa voltar ao normal com apertos de mãos e abraços que tanto queremos.
João Pessoa, fevereiro de 2021.