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A empatia pela dor e o caso dos negacionistas que sucumbem a Covid-19 – Por Marcos Thomaz

Podem me julgar, mas não exijam de mim compaixão pela morte de algumas pessoas nesta tenebrosa pandemia.

 

Vejam bem, estou falando que não me compadeço, longe de dizer que desejo ou celebro. Menos ainda que tripudiaria da morte de alguém. Isso, jamais. Tenho empatia pela dor dos familiares, me solidarizo com este sentimento.

 

Carrego na consciência a tranqüilidade de ser uma pessoa que, ao menos, tenta exercitar a tão almejada evolução pessoal e buscar valores mais nobres, mas não me faço de hipócrita para valorizar isso. Não mesmo.

 

Como aparentar dó pela morte, por exemplo, de figuras como o apresentador de Minas Gerais, que publicamente, valendo-se de um canal de TV, uma concessão pública, faz pouco caso da conscientização de isolamento social e medidas para prevenir o risco real desse vírus??

 

Stanley Gusman, da TV Alterosa, era um dos que usavam o microfone para confundir a opinião pública sobre a doença. Já chegou a contestar a vacina do Instituto Butantã, aquela mesma Coronavac, a tal ameaça chinesa, que agora é o elixir mágico, a tábua de salvação nacional…

 

A única vacina que o governo brasileiro tem como garantia em grande quantidade, mesmo após o presidente Jair Bolsonaro negar, renegar e atacar o laboratório chinês.

 

No vídeo mais famoso resgatado e divulgado após a sua morte, o comunicador faz pouco caso da recomendação do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, para as pessoas evitarem aglomeração nas festas de final de ano, mesmo as familiares, para preservar os entes queridos.

No ar, Stanley afirmava que iria visitar pai, mãe, todo mundo e ninguém o impediria!

 

Isso tudo falando para milhares de telespectadores. E justamente sobre as festas de final de ano que, como previam especialistas, diariamente, fazem os números de mortos e novas vítimas no Brasil atingir níveis estratosféricos.

 

No final do ano passado, outra figura pública que também caçoava do vírus e foi vítima do mesmo, foi o cantor sertanejo Matheus Fama.

 

Nos Estados Unidos teve pastor classificando a pandemia como histeria, reunindo-se em eventos públicos e… falecendo.

 

Aqui, o pastor não faleceu, mas vende feijão prometendo serem grãos terapêuticos contra a Covid-19.

 

Teve padre também descredibilizando vacina em plena homília transmitida pela principal TV católica do país.

 

O presidente, para variar, foi além e, pateticamente, insinuou que a vacina seria capaz de causar uma mutação genética transformando as pessoas em jacaré.

 

Essas pessoas influenciam outras milhares, milhões. Desinformam, manipulam, alienam…

 

Indiretamente, mas ativamente, conduzem essas pessoas a morte sejam nas igrejas, palcos, TVs, rádios, ou no Palácio do Planalto. O fazem deliberada e irresponsavelmente.

 

E, alguém quer que eu tenha comiseração??

 

Meus sentimentos vão para as outras centenas de milhares de vítimas aqui no Brasil e no mundo (neste momento, no país, o total já ultrapassa os 206 mil mortos), que respeitam a gravidade da doença, confiam na ciência, cuidam de si e se solidarizam com a saúde do outro!

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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