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MUITO CACIQUE PARA POUCO ÍNDIO – O oportunismo político de lideranças indígenas – Novo artigo de Marcos Thomaz

O Brasil não cansa de nos brindar com excentricidades.

 

Esse país exótico, palco de todo absurdo original, não se contenta com a pasmaceira normalidade…

 

Se o velho Tim há décadas já alertava para nossas peculiaridades com a celébre frase: “…Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita.”

 

Essa máxima nacional timaiana ganhou adaptação moderna.

 

Pode-se incluir que no Brasil índio é bolsonarista!

 

Isso mesmo. Números da última eleição apontam que, pelo menos 8 declarados indígenas foram eleitos para comandar cidades brasileiras. Destes mais de 85% são representantes de partidos da base aliada de Bolsonaro.

 

Mais que isso, 3 desses novos prefeitos, quase 50%, são filiados ao Republicanos e PP, exatamente dois dos partidos favoritos a receberem o presidente nos seus quadros.

 

Bolsonaro, aquele mesmo de frases como essa:

 

“Pena que a cavalaria brasileira não tenha sido tão eficiente quanto a americana, que exterminou os índios” Correio Braziliense, 12 Abril 1998

 

Ou essa:

 

“Com toda a certeza, o índio mudou, tá evoluindo. Cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós.” UOL Notícias, Janeiro 23, 2020

 

Bolsonaro, aquele mesmo, que nos estertores da campanha eleitoral, no apagar das luzes “laçou no mato” uma índia para apresentá-la adornada e tentar dar um caráter de diversidade e respeito as minorias a seu “programa” de desgoverno. Teve também pessoa com deficiência, negro “amigo”, até grupo gay bolsonarista e coisa e tal. Mas vamos voltar aos índios…

 

Foi exatamente para se igualar a Bolsonaro, que esses cidadãos chegaram ao poder??

 

Aqui na Paraíba, a única declarada indígena eleita, é uma mulher, Lili, da cidade de Marcação e filiada ao DEM!

 

Bem, se o antigo PFL já não representa lá muita afinidade com causas sociais, de minorias, mas o que dizer do REPUBLICANOS??

 

Partido dos mais radicais desse ultradireitismo que emergiu no Brasil, capitaneado pela onda bolsonarista.

 

É dos quadros do REPUBLICANOS que aparecem dois indígenas (junto ao PSD os únicos partidos que elegeram dois prefeitos).

 

Um deles é o prefeito de Pesqueira, aqui do vizinho estado de Pernambuco. E, diante da estranheza da sigla que representa, a primeira alegação dele após eleito foi que precisava de uma legenda para se candidatar e a única viável, que lhe foi ofertada, foi essa (há apenas dois anos se orgulhava de não ter filiação partidária e garantia não ter qualquer interesse em cargo público). Assim, Marquinhos Xukuru se declara antibolsonarista “até a última volta do cocar”. Cocar esse que retirou durante a campanha para se aproximar do perfil mais comum ao eleitor. Não sou eu maldosamente quem quer dizer que ele quis seguir os desígnios de Bolsonaro e tentar se parecer “mais ser humano” sem traços indígenas… Ah, mas não pára por aí… a campanha do candidato do Republicanos teve apoio explícito do PT local, com participação e gravação de vídeo, inclusive do ex-presidente Lula! Bom, o Republicanos é uma dissidência do antigo PL, aquele mesmo do empresário José de Alencar, ex-vice presidente nos mandatos exatamente de… Lula.

 

É, como percebemos, nada é tão estranho quanto parece. Sempre há nós unindo pontas anteriores na política brasileira, onde o oportunismo impera, seja no “universo” indígena ou do homem …

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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