Independente do resultado final no domingo, Boulos já é um dos grandes vencedores dessas eleições municipais no Brasil.
Completamente desconhecido da população brasileira, além movimentos sociais paulistas, até a última eleição presidencial, em intervalo de dois anos, o jovem foi catapultado a grande esperança esquerdista do momento.
E olha que estamos falando de um dos territórios mais hostis a ala socialista/progressista.
Na terra da garoa, além da temporal rejeição a esquerda, que contamina quase todo o país, Boulos tem de encarar, em condições desiguais, forças como o governador João Dória, aliado ao prefeito Bruno Covas (adversário do segundo turno), a Fiesp, os patos da Paulista e o bolsonarismo, este último tendo sido “tratorado” no primeiro turno.
Ganhando terreno, pulando etapas, ultrapassando desafios antes intransponíveis, Guilherme Boulos projeta vôos ainda mais altos e traz a reboque o seu partido PSOL como representantes da esperança de renascimento da esquerda brasileira.
E o surpreendente de tudo está naquela, que junto as qualidades do seu perfil, são as ferramentas encontradas para vencer a resistência paulista: as redes sociais!
Boulos, o PSOL e sua coordenação de campanha estão dando uma aula de que é possível vencer a desinformação, proliferação de fake news, e pântano de desconhecimento atuais.
Tudo isso pautando sua campanha nas mídias em produção intensa de conteúdo dinâmico.
Quadrinhos, espaços criativos como o genial “Café com Boulos”, passando por interação com personalidades famosas, exploração intensa da imagem, feitos e histórias da vice Erundina etc.
Mas o fundamental é que todos esses recursos estão pautados em um alicerce básico: atuação propositiva. Lógico que Boulos não se furta a responder a infinidade de notícias falsas criadas sobre a sua trajetória. Mas fundamentalmente o canal é um vetor de apresentação das propostas do socialista, com indicação de soluções a problemas atuais e criação de novas alternativas onde nada existe.
O resultado pôde ser aferido a cada nova pesquisa de intenção de voto. Partindo abaixo de dois dígitos percentuais, o crescimento de Boulos esteve diretamente atrelado a medida que ia também sendo mais conhecido por parte da população paulista, como indicavam os próprios institutos.
Mérito também desse trabalho virtual bem executado, sem precisar ceder aos artifícios inescrupulosos dos adversários. Fica a lição para a esquerda daqui para a frente. Há luz em meio as trevas de contra-informação em que se transformou o hostil terreno das redes sociais.
E o que eu tenho a ver com Sampa daqui de Jampa?? Tudo. Além do simbolismo de uma hipotética vitória de uma representação como Boulos, todo mundo tem um pouquinho de direito sobre São Paulo, afinal lá está um pouquinho de cada canto do Brasil. Sem falar que estamos tratando da maior cidade e principal pólo econômico brasileiro e isso é muito relevante.
Então sem pestanejar, para parodiar o Adnet, grava aí: o nome é Guilherme, Guilherme Boulos!