Quem imaginaria um dia achar positivo saber que o SBT transmitirá partida de futebol?!?!
Logo eu que carrego nas lembranças “dessa dobradinha”, SBT-Futebol, tragédias como a Copa de 90 (“maldito amarelinho”) e escândalos como a final da Copa João Havelange em 2000.
Se a TVS já é ruim fazendo qualquer coisa, quem dirá se aventurando em terreno fora do seu habitat de auditórios robotizados, dinheiro voando, comunicador idoso fazendo piada sexista e artista banal falando asneira…
Pois bem, com o embate Globo, Flamengo, Federação Carioca, a emissora do Sr. Sílvio virou a tábua de salvação desse malfadado campeonato carioca, o único em fase final no país e como alguma opção a quem gosta do jogo bretão!
Não que eu seja aficcionado pelas transmissões globais, menos ainda do SBT, tampouco vou entrar no mérito e pormenores que culminaram neste acordo escuso entre o clube aliado de Bolsonaro e a emissora mais próxima do presidente, que nomeou até genro de Sílvio Santos para o Ministério das Comunicações…haja caroço neste angu!!
Me atenho a questões técnicas… e não titubeio em afirmar que é melhor imaginar até Celso Portioli narrando, Danilo Gentilli comentando (ok, forcei nesta…) e o finado Lombardi vendendo Jequiti do que ver estas transmissões unilaterais geradas pelas equipes do clube mandante! Mas nem vai ser necessário tanto malabarismo. A emissora já anunciou o repatriamento de Téo José, aquele do “não, não é assim…”
FLATV de um lado, FLUTV do outro… em comum, uma forçação de barra, narração muito além de apenas tendenciosa (isso a Globo já fazia). O narrador da FLUTV praticamente omitia os nomes dos atletas rubronegros (a imagem mostrando uma coisa e ele tentando ofuscar o explícito. Constrangedor). Não existe cobertura, conteúdo, qualquer coisa próxima a jornalismo esportivo neste formato…
É desserviço e se você, torcedor, acha isso natural, ou até divertido, quando é o seu time em questão recebendo este tratamento privilegiado, sinto dizer que há algo errado contigo, ou que você não gosta de futebol!
Como para mim nada que rola nos campos está dissociado da vida e realidade social, inevitável pensar que esse fenômeno narcisista, de “clube do Bolinha”, é uma outra faceta dessa era medíocre de auto-verdades e negacionismo dos fatos em que mergulhamos!
Ninguém quer múltiplas vozes, visões divergentes, olhares plurais sobre o mesmo fenômeno! Só vale o autoelogio!
Eu dispenso este tratamento! De passional e sem racionalidade basta meu sentimento intenso e fiel ao ECV, mas que a cobertura esportiva seja feita livremente, sem concessões as minhas predileções!
Deixem a bola rolar…
