Não sou adepto da romantização das desgraças que se abatem sobre a humanidade. Aquela linha da moral conformista comuns a quase todas as crenças religiosas da humanidade de quase desejar as tragédias para alcançar a elevação e todo este ritual! Reconheço obviamente que as dificuldades, os obstáculos ensinam, mas fazer disso um arrebatamento é demais para minha honestidade!
E assim mesmo, sem idealização dos dramas, afirmo que a Pandemia do Coronavírus presta ao jornalismo uma possibilidade de resgate de valores, princípios e imagem há tempos perdidos…
Aproveito hoje, primeiro de junho, Dia da Imprensa, para registrar meu orgulho aflorado em ser parte desta engrenagem! Admito: este sentimento de exaltação a minha profissão nem sempre esteve aqui, já adormeceu, quase hibernou, mas que bom é despertar renovado, recarregado. Estou a postos na frente de batalha!
E mesmo neste Dia da Imprensa não vou abrir concessões, “fazer média” nem cair no lugar comum de parabenizar todos os “coleguinhas”.
Não gosto de corporativismo, classismo etc e não posso fazer “vista grossa” aos péssimos profissionais que diariamente prestam desserviço a população… e sim, eles são muitos e ainda estão por aí, praticando o tumulto de confundir, a canalhice de enganar…
Mas tenho muito a celebrar pelos que honram a nobre missão de informar! Que transformam esta era de trevas de conhecimento, de negacionismo a ciência em oportunidade de evidenciar a fundamental posição do jornalismo para a sociedade!!
Em meio a enxurrada de fake news orquestrada, organizada até em milícia digital, gabinete do ódio e afins, é a atividade da imprensa séria que tem apresentado as fontes oficiais e com autoridade para tratar dos temas!! É o jornalismo quem tem escancarado que “as suas idéias não correspondem aos fatos…!”
Coube a imprensa alertar as pessoas diuturnamente que o vírus não era uma “gripezinha”, que a cloroquina não era uma solução, que o isolamento era uma condição fundamental e que as pessoas morrem, diariamente, aos montes!! E estas mortes continuarão a ser numeradas, porque estas VIDAS IMPORTAM, mesmo sob as suas ameaças de pedradas, senhor magnata da comunicação paraibana!!
E isso tudo incomoda, incomoda muito! Os que flertam com o autoritarismo querem calar essas vozes!! Assim como outras profissões, o jornalismo passou a ser alvo de campanhas sistemáticas de desconstrução do seu significado, importância!
Mas neste Dia da Imprensa quero me voltar às origens e manifestar minha gratidão a todos que contribuíram para a minha formação. Os professores… aos da sala de aula e do batente nos primeiros ensinamentos da prática… todos vocês são fundamentais na trajetória, em cada linha escrita…
Estendo a homenagem também a todos os bons profisionais (os que trabalhei, ou simplesmente os que admiro a distância- ainda somos a maioria, graças!) que diariamente se engajam no cumprimento ético do dever. Sem utopias, ou falsas concepções de imparcialidade total e todo este bla, blá blá… Somos humanos e temos predileções, ideologia e outros valores intrínsecos as naturezas individuais, mas no exercício da função temos acima de tudo senso profissional e respeito ao que ela preconiza na cobertura de fatos, amplitude de versões etc…
Em especial, como forma de agradecimento, dedico o Dia da Imprensa a minha equipe da Rádio Tabajara. A todos os colegas, que fazem a redação da emissora de rádio mais antiga da Paraíba, meu muito obrigado pela dedicação e compromisso de encarar o desafio de buscar ao máximo a excelência do BOM JORNALISMO! Sigamos para o alvo…