Antonio Augusto de Moraes Liberato foi enterrado com pompas e homenagens de ídolo da tradicional família brasileira!
Em clima de comoção nacional, Gugu recebeu tratamento midiático e popular digno de grandes ícones da nação!
Nada muito surpreendente, afinal o apresentador do canal de Sílvio Santos, foi uma das “epidemias televisivas” da década de 90, uma rara e real ameaça a hegemonia global…
Mesmo que, nos anais da história, a Gugu, o que caiba seja a paternidade de momentos, digamos, pitorescos da TV nacional como a dança do pintinho amarelinho, banheira do Gugu etc…
Independente de subjetividades quanto ao teor dos programas do senhor Liberato, não posso negar a relevância dos seus espaços na TV Brasileira dados os vertiginosos índices de audiência.
Menos ainda desprezar o impacto de sua morte devido a sua popularidade em tempos remotos…
Mas voltando a falar de paternidade…
No post mortem, em matérias, redes sociais, à boca pequena, pipocavam registros enaltecedores da vocação familiar de Gugu Liberato!
Tudo bem, após a morte todo mundo vira “meio santo” no Brasil, porque seria diferente logo com um queridinho da mídia??
Mas o foco aqui é o tratamento de pai e marido exemplar amplamente usado para qualificar Gugu em praticamente todos os obituários veiculados na imprensa…
Eis que, nem a própria família “esperou o corpo esfriar” para trazer a tona a primeira polêmica a contradizer tudo o que teimavam em camuflar (incluindo aí o próprio Gugu): uma vida de fachada, bem diferente do modelo ideal pintado pela moral e bons costumes…
No mesmo dia do enterro, a companheira Rose di Mateo, constituiu advogado para contestar judicialmente o testamento do apresentador, que, pasmem, a excluiu completamente de qualquer herança. Nem migalhas…
Ora, ora, vejam bem…
Independente de debates em torno do formato da relação entre Gugu e Rose di Mateo… se era marital, de fato, se era apenas um acordo para a geração de filhos consentida, se era amizade colorida, ou a tonalidade que fosse…
Pouco importa! Tinham direito de viver, usufruir a relação da forma que lhes conviesse…
Mas, assim sendo, porque “encenar” uma vida de casal, um desenho convencional de família feliz e tradicional? Para atender as expectativas da vigilante sociedade brasileira?? Para manter a boa aparência e não contrariar o público, que o mantinha na posição de celebridade?? Para não comprometer a fortuna amealhada , ou evitar secar a fonte dos níqueis ainda a arrecadar com sua boa fama??
Fato é que, em qualquer dos cenários, nenhum indica ser honrosa a postura do “bom samaritano” Gugu quanto a repartição de sua herança…
Para essa questão é indiferente se viviam de maneira conjugal tradicional, ou baseavam a relação apenas em um acordo consensual de boa convivência…
Em ambas as posibilidades a senhora Di Mateo, acompanhava a vida, dividia a criação dos filhos gerados por ambos e contribuía naturalmente para a vida profissional de Gugu.
Então por que excluí-la em absoluto de qualquer direito a gozar de mísera parcela de sua fortuna?!?! Se isso não é ingratidão, mesquinharia, o que seria na essência!?!?
Lá em casa chamo de cafajestice, mesmo! Na vida e na morte…
Pois bem, de novo: -e que danado eu tenho a ver com questões intramuros de um comunicador que eu nem assistia, morreu e foi quase canonizado??
Respondo de bate pronto -Bulhufas…
Digo tudo isso apenas para “jogar leite na cara dos caretas” (como diria um famoso narrador esportivo baiano) e mostrar o quanto estão podres e carcomidos estes referenciais do “povo de bem” brasileiro.
Idolatram e fecham os olhos para excentridades e injustiça familiar propagada por um queridinho nacional, basta ele “fingir” que vive uma vida a dois no formato que aparentemente lhes agrada!
Mas se esforçam a ferro e fogo, provocam perseguição, invocam a própria fé e incitam até a justiça para condenar outras formas de amor, mesmo que autênticas, reais apenas por ferir o seu modelo padrão!