O poder público vem deixando diabéticos sem tratamento médico em Campina Grande. Insulinas estão em falta na secretaria de saúde do município e as pessoas que dependem da medicação estão bancando o tratamento por conta própria.
A dona de casa, Rubênia de Lima, 27 anos, falou que conquistou na Justiça o direito a receber a insulina Tresiba, mas há muito tempo não tem encontrado o remédio disponível pelo Município. Ela afirmou que vem faltando comida para a sua filha, Ana Beatriz Lima, 11 anos.
“Eu estou tirando dinheiro de alimentação, que é cara para diabético. A minha filha deixou de fazer a dieta certa porque eu não tenho como pagar a comida e a insulina para ela, isso traz problema para a saúde dela”, lamentou Rubênia de Lima.
Ana Beatriz foi diagnosticada com diabetes tipo 1 aos sete anos de idade. Desde então, vem convivendo com a falta da medicação disponível e sua família ficou sem ter como arcar com outras necessidades. “Ela usa quatro canetas de Tresiba por mês, o que dá em torno de R$ 600 de custo na maciacia. Meu marido vai praticamente todos os dias na secretaria saber se chegou de bicicleta porque não tem dinheiro nem para o ônibus”, contou a mãe.
O estudante de 19 anos, que preferiu não ter o nome revelado, utiliza a insulina Humalog, mas deixou de receber na secretaria do município e deixou de frequentar a faculdade para economizar. Ele contou que precisa ter o dinheiro que seria utilizado no transporte.
“Eu estou parado em casa porque não vou gastar com dinheiro no ônibus para chegar à universidade, eu preciso desse dinheiro para a insulina. Além de atrapalhar minha saúde, estão atrapalhando a minha vida”, afirmou.
Respostas. A assessoria de imprensa da secretaria de saúde do município confirmou a falta das insulinas. A informação repassada é que ontem foram encaminhados novos pedidos às distribuidoras e que Tresiba e Humalog devem estar disponíveis na próxima semana.