Após a divulgação pela imprensa de que, na delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado teria afirmado que pagou a lÃderes do PMDB pelo menos R$ 70 milhões desviados da empresa, os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) negaram ter recebido recursos de Machado.
Reportagem publicada na noite desta sexta-feira (3) pelo O Globo diz que, na delação, Machado relatou ter repassado R$ 30 milhões em dinheiro vindo de propina de contratos da estatal para Renan Calheiros, R$ 20 milhões para o ex-senador José Sarney e R$ 20 milhões para o senador e ex-ministro do Planejamento Romero Jucá.
Por meio da assessoria, o presidente do Senado, Renan Calheiros, negou ter recebido dinheiro de Sérgio Machado. “Jamais recebi vantagens de ninguém e sempre tive com Sérgio Machado relação respeitosa e de Estadoâ€, divulgou a assessoria do senador.
Segundo a assessoria de Jucá, “o senador nega o recebimento de qualquer recurso financeiro por meio de Sérgio Machado ou comissões referentes a contratos realizados pela Transpetroâ€.
A Agência Brasil não conseguiu contato com o ex-senador José Sarney. Mas, na semana passada, ao falar das gravações de Sérgio Machado publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo, citando o seu nome, o ex-presidente da República divulgou nota se queixando do vazamento de conversas particulares suas com o ex-presidente da Transpetro e afirmando que sua relação com ele é de amizade.
“As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade, caracterÃstica de minha personalidade. Nesse sentido, muitas vezes procurei dizer palavras que, em seu momento de aflição e nervosismo, levantassem sua confiança e a esperança de superar as acusações que enfrentavaâ€, disse.
Sarney confirmou ser amigo de Machado “há muitos anos†e disse lamentar “que conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir outras pessoas que nunca desejarÃamos alcançarâ€.
Segundo o jornal O Globo, na delação, Sérgio Machado indicou os contratos fraudados na Transpetro e os caminhos percorridos pelo dinheiro desviado até chegar aos parlamentares. O esquema teria funcionado de 2003 até o ano passado, perÃodo em que ele esteve à frente da empresa. A Transpetro é subsidiária da Petrobras e a maior empresa de transporte de combustÃvel do paÃs.
Agência Brasil