Relator Setorial da Saúde para o Orçamento Geral da União de 2026 disse que é de fundamental importância a criação dos hospitais
“Só de pensar em levar meu filho pro médico entro em pânico… a última vez ficou em observação dentro do carro na calçada do hospital… pois o hospital não dispõe de uma sala sensorial… ele fica desregulado com as crianças chorando..sem contar o despreparo dos profissionais tudo com medo… Nossos filho precisam mesmo de um hospital equipado com recursos preparados para atendê-los nesse tipo de situação.” Esse relato é de uma mãe atípica de João Pessoa, capital da Paraíba, genitora de um jovem com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O drama vivido por ela não é isolado, mas sim o mesmo vivenciado diariamente por centenas de mães atípicas, em todos os estados do Brasil, que não têm um hospital especializado para tratar exclusivamente de autistas, principalmente dos jovens e adultos que são obrigados por toda a vida a conviver com uma doença pelo resto da vida.
Na última segunda-feira, 13, durante uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa da Paraíba para comemora os 10 anos da criação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), a presidente da Associação Paraibana de Autismo (APA), psicopedagoga Hosana Carneiro, deu um depoimento emotivo, forte e esperançoso sobre a necessidade da criação de hospitais especializados em cuidar das pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“Avançamos muito na inclusão escolar, e isso é motivo de esperança. Mas agora, eles estão crescendo… e novas preocupações surgem. Penso nos jovens e adultos autistas, muitos medicados, alguns com epilepsia, e me dói imaginar um futuro ainda incerto”, revelou,Hosana Carneiro, a preocupação dela durante a audiência pública.
O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), escolhido na tarde da última terça-feira, 14, para ser o Relator Setorial da Saúde para o Orçamento Geral da União de 2026, ao saber da luta da presidente da Associação Paraibana de Autismo pela criação de hospitais exclusivos para pessoas autistas, decidiu encampar a ideia. “Vamos encampar essa ideia, pois é, sem dúvida, uma bandeira de luta de fundamental importância para as pessoas que sofrem com esse transtornos e também das famílias delas”, frisou o senador paraibano.
Mais conhecido como autismo, o Transtorno do Espectro Autista, que é uma condição neurológica que se manifesta geralmente na infância, podendo persistir ao longo da vida, segundo o último Censo, de 2022, 2,4 milhões de pessoas foram diagnosticadas com o TEA no Brasil, o que representa 1,2% da população do país.