A Câmara dos Deputados aprovou a nova tabela do Imposto de Renda, ampliando a faixa de isenção para quem recebe até R$ 5 mil por mês, o equivalente a R$ 60 mil ao ano. A medida representa a maior correção da tabela em décadas e atende a uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O texto, relatado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi aprovado de forma praticamente unânime após intensos debates e a rejeição da maioria das mais de 100 emendas apresentadas por parlamentares. Segundo Lira, as mudanças mantêm o núcleo da proposta: isenção integral até R$ 5 mil, desconto parcial para quem ganha até R$ 7.350, cobrança progressiva para salários acima de R$ 50 mil e taxação de dividendos superiores a R$ 50 mil mensais por empresa, a partir de 2026.
Com a nova tabela, milhões de brasileiros que antes pagavam imposto deixam de contribuir, aliviando especialmente as faixas de menor renda. Atualmente, a isenção valia apenas para quem recebe até R$ 3.036 mensais. A mudança, portanto, é considerada histórica por corrigir uma distorção que penalizava trabalhadores e servidores de baixa e média renda.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, avaliou a aprovação como um passo importante para o equilíbrio social e tributário. “As mudanças feitas pelo relator não comprometem o texto, a essência da proposta foi mantida e o resultado foi muito positivo, com uma votação expressiva no plenário”, disse.
O projeto ainda terá que passar pelo Senado antes de ser sancionado pelo presidente Lula, mas já é tratado como prioridade do governo e um marco no sistema tributário brasileiro.