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João Azevêdo autoriza licitação para implantação do Memorial Augusto dos Anjos e do Museu das Etnias

O governador João Azevêdo assinou, nesta segunda-feira (8), na sede da Academia Paraibana de Letras (APL), em João Pessoa, a ordem de licitação para reforma e restauração do prédio onde funcionará o Museu da Diáspora Negra, dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais da Paraíba, na Praça Rio Branco; e construção do Memorial Augusto dos Anjos.  As ações totalizam investimentos de aproximadamente R$ 7,4 milhões e representam mais uma iniciativa do governo para revitalizar o Centro Histórico da Capital paraibana.

Na oportunidade, o chefe do Executivo estadual elencou diversas ações para assegurar a ocupação da área central da cidade que tem recebido investimentos importantes. “No Centro Histórico entregamos a Escola de Artes, a biblioteca Augusto dos Anjos, a restauração da Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes, do Palácio da Justiça e do Teatro Santa Roza. Também iremos inaugurar em breve o Parque Tecnológico Horizontes de Inovação; o Museu da História da Paraíba, no Palácio da Redenção; o Palácio dos Despaches, onde funcionava a antiga sede do Comando da Polícia Militar; vamos reformar e pintar a Catedral, recuperar o Mosteiro de São Bento, abrir a Central de Delegacias no antigo prédio da Codata e temos mais de 30 projetos que serão executados pela iniciativa privada a partir do ICMS Cultural e Patrimonial”, frisou.

O presidente da APL, Ramalho Leite, agradeceu ao governador João Azevêdo pelos investimentos no Centro Histórico e por concretizar um pleito antigo da Academia de abrir o Memorial Augusto dos Anjos. “Está saindo do papel um projeto de muitos anos, já houve muitas desapropriações desses prédios e nunca saiu do papel. Agora, Augusto dos Anjos vai ganhar um memorial à altura do seu nome, nós temos na APL um memorial de pequeno porte, mas de um acervo considerável e o colocaremos à disposição do Governo do Estado”, disse.

As obras do Memorial Augusto dos Anjos, que será instalado ao lado da APL, abrangerão diversos ambientes, dentre eles auditório, foyer, área de mesas para o café, cafeteria e banheiros.

Museu da Diáspora Negra, dos Povos Originários e Comunidades Tradicionais da Paraíba – o equipamento será instalado no Centro Histórico de João Pessoa, no prédio que, no período colonial, foi residência do Capitão Mor da província da Paraíba, localizado na Praça Rio Branco. A área, que também abrigou um antigo pelourinho e está situada no entorno do Largo da antiga Cadeia Pública, ganha agora uma nova função cultural e política, transformando um local marcado pela repressão em território de memória, resistência e futuro.

O Museu se torna um marco de ressignificação histórica e cultural, reafirmando o compromisso da Paraíba com a reparação e a valorização da diversidade de seus povos. O novo espaço desafia a ideia de uma história única e promove a construção de narrativas plurais, afirmativas e inclusivas que fortalecem a centralidade da cultura afro-diaspórica e indígena na formação do Brasil.

As obras do Museu contemplarão seis salas de exposição, loja, biblioteca, sala de apoio, terraço, espaço para café, dentre outros ambientes.

A secretária da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura, evidenciou que o Museu é um projeto construído em parceria com diversas Secretarias de Estado e deve ser entregue até o início do próximo ano. “Essa é uma iniciativa muito importante para o Estado, que vai contar a história da Diáspora Africana, das pessoas escravizadas, dos quilombos, das pessoas indígenas e ciganas. Esse é mais um compromisso que está no plano de governo do governador João Azevêdo, no Plano da Igualdade Racial, mas vem de uma maneira mais robusta do que foi inicialmente pensado e estamos fazendo uma reparação, memória e reconhecimento a essas lutas”, comentou.

A coordenadora da Rede de Mulheres de Terreiro e do Núcleo de Religião de Matriz Africana do Fórum da Diversidade Religiosa da Paraíba, Tânia Maria da Silva, afirmou que o Museu é um marco histórico na vida das pessoas de religião de matriz africana e dos ativistas do movimento negro. “O Museu é um desejo nosso muito antigo, vem desde Balula, que foi presidente do Movimento Negro da Paraíba, e se torna realidade. Essa é uma grande conquista porque vai retratar toda a história de luta dos movimentos sociais, das religiões de matrizes africanas e espero que esse seja um marco histórico que se perpetue e que tenhamos um museu muito bonito”, falou.

Para o ativista negro José Roberto, o Museu representa uma reparação da dívida histórica com a população negra e povos tradicionais. “Essa é uma ação que está prevista no Plano Estadual de Igualdade Racial e terá um papel muito importante para preservação e resgate do povo negro, visto que a sociedade é permeada de símbolos que marcam a cultura europeia, mas a cultura do povo negro é invisibilizada e, nesse sentido, o Museu vem ser esse lugar de preservação e vai contribuir com a educação da população de uma forma geral”, opinou.

Prestigiaram a solenidade os secretários de Estado Cláudio Furtado (Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior), Nonato Bandeira (Comunicação Institucional), Roberto Paulino (secretário chefe de Governo), Simone Guimarães (superintendente da Suplan), Naná Garcéz (presidente da Empresa Paraibana de Comunicação – EPC), Ronaldo Guerra (chefe de Gabinete do Governador) e Aristeu Chaves (presidente da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária – Empaer).

Fábio Augusto
Fábio Augustohttps://pautapb.com.br
Formado pela Universidade Federal da Paraíba em Comunicação Social, atua desde 2007 no jornalismo político. Passou pelas TVs Arapuan, Correio e Miramar, Rede Paraíba de Comunicação (101 FM), pelas Rádios 101 FM, Miramar FM, Sucesso FM, Campina FM e Arapuan FM.

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