A passagem da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) pela Paraíba, nesta segunda-feira (11), acendeu o clima político em torno do futuro da educação no Brasil. Na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Tabata participou de audiência pública para defender o Plano Nacional de Educação (PNE) — conjunto de metas e diretrizes para o setor no período 2014/2024.
Mas enquanto a parlamentar discursava em defesa do projeto, a poucos quilômetros dali, na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), o vereador Fábio Lopes (PL) comandava uma audiência pública com tom de contraponto. Para ele, a proposta de consolidação do Sistema Nacional de Educação é, na prática, uma manobra para centralizar o controle do ensino em Brasília e colocá-lo nas mãos de sindicatos.
“Querem colocar a educação do Brasil nas mãos de sindicatos. Preocupa-nos a possibilidade de que a educação de nossos filhos seja definida por indivíduos distantes da realidade local, alheios à nossa cultura, fé e valores. Com o sistema nacional de educação, a definição das diretrizes e conteúdos será centralizada em Brasília, ignorando as particularidades de cada região. A autonomia dos pais e responsáveis será substituída por decisões de um conselho distante, influenciado por grupos que podem usar a escola como um espaço de doutrinação”, disparou.
O movimento simultâneo das duas audiências expôs o racha de visões sobre o PNE: de um lado, Tabata defendendo a unificação de políticas educacionais; de outro, Fábio Lopes denunciando o que chama de ameaça à autonomia local e à liberdade das famílias.