A política de Cabedelo foi sacudida nesta quarta-feira (25) com uma decisão bombástica da Justiça Eleitoral da Paraíba: o prefeito André Coutinho (Avante), a vice-prefeita Camila Holanda (PP) e o vereador Márcio Alexandre (União Brasil) tiveram seus diplomas cassados. A sentença foi assinada pela juíza Thana Michelle Carneiro Rodrigues, da 57ª Zona Eleitoral, atendendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE).
O motivo? Segundo as investigações, houve abuso de poder político e econômico, uso de recursos públicos para favorecer candidaturas, e até indícios de formação de organização criminosa, coação ao voto, lavagem de dinheiro e peculato. Tudo isso foi revelado pelas operações En Passant 1 e 2, realizadas pela Polícia Federal e o Gaeco.
• Fotos de comprovantes de votação;
• Listas com dados de eleitores;
• Transferências via Pix;
• Santinhos encontrados em celulares e pen drives;
• Imagens de uma reunião com o prefeito, a vice e a servidora Flávia Santos Lima Monteiro, que também é investigada.
O celular de Flávia, aliás, foi peça-chave. Ele continha registros de pagamentos a eleitores e esquemas para organizar benefícios eleitorais. O MP destacou ainda a oferta de cargos comissionados e vantagens políticas em troca de apoio durante a campanha.
A Justiça também declarou inelegível por oito anos o ex-prefeito Vitor Hugo Peixoto Castelliano, apontado como um dos articuladores do esquema. Com a decisão, o TRE-PB e a Câmara Municipal de Cabedelo já foram acionados para tomar as providências legais.
Apesar da gravidade das acusações, ainda cabe recurso. Mas, por enquanto, a decisão abala a base política da cidade portuária e levanta um alerta importante sobre o uso da máquina pública em disputas eleitorais.