Por Dra. Natália Fischer, médica especialista em reprodução humana
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a infertilidade é considerada uma patologia e um a cada seis casais (15%) em idade fértil enfrentam a infertilidade. Trata-se da doença crônica mais prevalente em casais de idade fértil. Para alertar sobre o tema, junho é o Mês da Conscientização da Infertilidade, campanha criada pela American Infertility Association (Associação Americana de Infertilidade) e compartilhada por entidades de reprodução humana em várias partes do mundo.
Há muitos fatores, masculinos e femininos, que podem causar a infertilidade, por isso a importância de discutir o tema e mostrar os caminhos possíveis para quem deseja ter filhos. Assim, como doença, o olhar deve ser de acolhimento, investigação e apontar os tratamentos. Com os avanços da medicina reprodutiva, há esperanças para reverter a infertilidade, que vão desde simples ajustes hormonais, tratamentos cirúrgicos e até possibilidades de fertilização in vitro.
Suas causas podem ser multifatoriais e estão distribuídas igualmente entre homens e mulheres. Para analisar as causas da infertilidade feminina e masculina, é preciso realizar exames e ter acompanhamento médico especializado. Além de causas ligadas a fatores masculinos e femininos, doenças crônicas e sistêmicas também podem causar dificuldade na gravidez, como diabetes, problemas na tireoide e doenças autoimunes.
Vale ressaltar ainda que hábitos de vida também podem impactar de forma positiva e negativa na infertilidade, tanto masculino como feminino. Paciente que tem uma alimentação muito desregrada, com consumo alto em alimentos industrializados, com alto teor de açúcares e sódio, por exemplo, isso vai causar uma alteração metabólica, podendo alterar no processo ovulatório e na implantação do embrião. Sedentarismo ou prática excessiva de atividade física (que causa um estresse oxidativo) também podem impactar na fertilidade.
A questão dos gametas masculinos e femininos (células sexuais envolvidas na reprodução), quando você tem um alto índice de inflamação e oxidação celular, causado por hábitos de forma geral, como falta de exercício físico, privação do sono, estresse e má alimentação, pode gerar um estresse oxidativo e impactar nos gametas. Lembrando ainda que existe o fator genético, podendo contribuir nas alterações na formação dos gametas e embriões.
Para uma paciente que está desejando engravidar e tem menos de 35 anos, após 1 ano de tentativa de gravidez de forma natural, é recomendado que ela procure um profissional especializado para realizar exames específicos. “Com mais de 35 anos, esse tempo passa para seis meses. Já próximo aos 40 ou 40+, ela precisa buscar de imediato um profissional em reprodução humana o mais rápido possível. Então, com essa campanha em junho, queremos alertar para a busca de tratamentos da infertilidade, além de acolher quem sofre com a doença.
Mais informações no Instagram @dranataliapimentelfischer.