A integração da rede hospitalar estadual da Paraíba com a Central Estadual de Regulação foi fundamental para salvar a vida de Lyane Fernandes Martins Dantas, de 36 anos, que sofreu um AVC isquêmico no último domingo (27), no município de Picuí. A atuação rápida e coordenada entre os profissionais de saúde garantiu que a paciente recebesse atendimento imediato e eficaz. Atualmente, ela segue estável e foi transferida para o Hospital de Trauma de Campina Grande, onde está sob investigação pela equipe de neurologia para determinar a causa do AVC.
Com sintomas como perda súbita de força e dificuldade na fala, característicos do AVC isquêmico, a paciente recebeu atenção imediata quando o médico plantonista da UTI do Hospital Regional de Picuí, Elton Medeiros, foi chamado. Reconhecendo a gravidade da situação, ele acionou a equipe do hospital e seguiu o protocolo de atendimento, que incluiu a realização de uma tomografia e avaliação via telerradiologia, possibilitada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).
“A telerradiologia nos permite receber e interpretar exames de forma ágil, garantindo que possamos agir rapidamente. A SES também mantém o medicamento Alteplase em nosso hospital, o que nos permitiu administrá-lo em menos de uma hora, pela primeira vez na história da saúde do Seridó paraibano, após o início dos sintomas. Essa rapidez é crucial no tratamento do AVC e, sem dúvida, contribuiu significativamente para a redução da gravidade do quadro clínico da paciente”, destacou o médico.
O diretor geral de regulação do estado da Paraíba, Lucas Lima, ressaltou o impacto positivo do sistema de telerradiologia e atendimento remoto no suporte aos serviços de urgência em todo o estado. “A Central Estadual de Regulação (CER) mobiliza especialistas em áreas médicas essenciais, como neurologia e neurocirurgia, para apoiar médicos que estão de plantão em regiões remotas. Isso quebra barreiras de distância, proporcionando uma orientação rápida e segura para os pacientes em situação de urgência”, afirmou. Ainda segundo o diretor, atualmente, o estado conta com mais de 10 especialidades médicas disponíveis para assessorar os profissionais nos 34 serviços hospitalares, promovendo uma conduta mais segura e eficaz para os usuários do SUS.
De acordo com o neurocirurgião Dr. Pierre Vansant, que destacou a importância do Dia Mundial do AVC, celebrado em 29 de outubro, a Paraíba tem investido na descentralização do atendimento especializado para enfrentar os efeitos devastadores do AVC. “O Governo do Estado está tomando uma atitude decisiva ao investir na interiorização da assistência a pacientes com AVC. A estruturação de uma rede de atendimento especializada em AVC é um passo fundamental para garantir que todos os pacientes tenham acesso a um tratamento de qualidade”, afirmou. Ele enfatiza que, ao reduzir o tempo entre o início dos sintomas e o tratamento, essa medida aumenta significativamente as chances de recuperação e diminui o impacto do AVC na vida dos pacientes e de suas famílias.
Segundo o Ministério da Saúde, o AVC é uma das principais causas de morte, incapacitação e internação no mundo, com incidência maior em homens. Ele pode ser dividido como isquêmico, que representa 85% dos casos e é causado pela obstrução de uma artéria que bloqueia o fluxo sanguíneo no cérebro; e hemorrágico, responsável por 15% dos casos, mais letal, que ocorre com o rompimento de um vaso cerebral, resultando em hemorragia.