Padre Egídio de Carvalho virou réu, nessa quinta-feira (24), em uma nova acusação de lavagem de dinheiro e ocultação de bens apresentada essa semana pelo Ministério Público da Paraíba. O caso é um desdobramento da Operação Indignus, que investiga o escândalo de desvio de recursos milionários do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, à época em que a unidade filantrópica era presidida pelo sacerdote. A denúncia foi recebida pelo juiz José Guedes Cavalcante Neto, da 4ª Vara Criminal da Capital.
De acordo com o apurado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado da Paraíba (Gaeco-PB), Egídio teria agido para esconder que era real proprietário de um imóvel avaliado em quase R$ 500 mil no bairro Cabo Branco, na orla da capital paraibana.
A investigação afirma que Carvalho agia, segundo o Gaeco, para “limpar” o dinheiro que era sujo. Um dos casos narrados é a compra do apartamento em um dos locais com o metro quadrado mais caro da Paraíba, onde o religioso comprou a unidade habitacional no mês de janeiro de 2022 e no final do ano doou a uma criança de dois anos, apesar de não possuir nenhum grau de parentesco com o beneficiado da transação.
Assim que comprou o empreendimento, Egídio de Carvalho, narra a denúncia, “iniciou os procedimentos objetivando retirar o imóvel de seu nome e passá-lo ao beneficiário”, no caso, um menino cujo os pais moravam em São Paulo.
Para os promotores que conduzem o inquérito, Egídio de Carvalho Neto “ocultou e dissimulou a origem, localização, disposição, movimentação e a propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal, POR MEIO DA SUA TRANSFERÊNCIA A TERCEIRO”.
“No caso dos autos, houve uma doação de imóvel adquirido por EGIDIO DE CARVALHO NETO por meio de práticas criminosas durante a gestão dos projetos e atividades do HOSPITAL PADRE ZE, INSTITUTO SÃO JOSE e AÇÃO SOCIAL ARQUIDIOCESANA, em detrimento da finalidade originariamente avençada, que buscaram ocultar e dissimular a origem, disposição, movimentação e propriedade dos bens e valores, gerando um ganho nominal de R$ 480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais)”, diz o documento.
Na denúncia, o Ministério Público pede que a Justiça sequestre o bem e o converta para o tesouro estadual, além a determinação que Egídio pague R$ 480 mil em reparação de danos materiais e R$ 1 milhão a título de danos morais coletivos.
Blog do Wallison Bezerra