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Agevisa ressalta importância da regulamentação da profissão de sanitarista para a saúde pública do País

 

“A sanção, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, da Lei nº 14.725, de 16 de novembro de 2023, disponível em https://normas.leg.br/?urn=urn:lex:br:federal:lei:2023-11-16;14725,

que regulamenta a profissão de sanitarista, foi mais um passo importante no processo de fortalecimento da saúde pública preventiva no Brasil”, conforme ressaltou o diretor-geral da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa/PB), Geraldo Moreira de Menezes. Publicada no Diário Oficial da União, edição de 17 de novembro, a Lei 14.275/2023 também estabelece os requisitos para o exercício da atividade profissional no território brasileiro.

 

“Os sanitaristas são profissionais encarregados de pensar, analisar e planejar a saúde pública. Entre suas atribuições estão a realização de estudos, levantamentos de dados e elaboração de propostas, projetos e programas de saúde; o planejamento e análise de políticas e ações na área da saúde e da educação permanente em saúde, e ainda a realização de diagnósticos e vistorias na área de saúde coletiva.”, explicou o diretor da Agevisa.

 

Geraldo acrescentou que “a formação multiprofissional dos sanitaristas lhes permite atuações de natureza interdisciplinar, tendo em vista o gerenciamento e execução de sistemas por meio dos seguintes núcleos identitários: Epidemiologia, Ciências Sociais em Saúde, Políticas Públicas, Planejamento, Gestão e Avaliação em Saúde, Promoção e Educação em Saúde, Vigilância em Saúde, Saúde Ambiental, Saúde da Família, Saúde do Trabalhador e Saúde Mental”.

 

Nos termos da Lei 14.725/2023, poderão habilitar-se ao exercício da profissão de sanitarista e exercer suas atividades as pessoas portadoras de diplomas em curso de graduação ou pós-graduação das áreas de saúde coletiva ou de saúde pública e em curso de pós-graduação de residência médica ou residência multiprofissional em saúde, e, também, os profissionais de nível superior que exercem atividades correlatas há pelo menos cinco anos antes da publicação da lei. Para se registrar, o profissional deverá apresentar documentos que comprovem a qualificação exigida ou experiência profissional na área. O registro será feito junto a órgão do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Confira a íntegra da Lei nº 14-725/2023

 

 

“LEI Nº 14.725, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2023

 

Regula a profissão de sanitarista.

 

 

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

 

Art. 1º – Esta Lei regula a profissão de sanitarista e estabelece os requisitos para o exercício de sua atividade profissional.

 

Art. 2º – É livre o exercício da atividade profissional de sanitarista em todo o território nacional, desde que observadas as disposições desta Lei.

 

Art. 3º – Poderão habilitar-se ao exercício da profissão de sanitarista e exercer suas atividades:

I – os diplomados em curso de graduação reconhecido pelo Ministério da Educação e por ele classificado na área de Saúde Coletiva ou de Saúde Pública, ofertado por instituição de ensino superior nacional credenciada pelo Ministério da Educação;

II – os diplomados em curso de mestrado ou doutorado classificado pelo Ministério da Educação na área de Saúde Coletiva ou de Saúde Pública, devidamente reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), na forma da legislação vigente;

III – os diplomados em curso de graduação na área de Saúde Coletiva ou de Saúde Pública por instituição de ensino superior estrangeira, com diploma revalidado por instituição de ensino superior brasileira, na forma da legislação vigente;

IV  – os portadores de certificado de conclusão de curso de pós-graduação de Residência Médica ou Residência Multiprofissional em Saúde na área de Saúde Coletiva ou de Saúde Pública, reconhecido pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) ou pela Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS), nos termos da legislação vigente;

V – os portadores de certificado de conclusão de curso de especialização devidamente cadastrado no Ministério da Educação na área de Saúde Coletiva ou de Saúde Pública, ministrado por instituição de ensino superior cadastrada no Ministério da Educação, cujos formato, duração ou ênfase sejam reconhecidos por autoridade competente do Sistema Único de Saúde (SUS);

VI – aquele que, embora não cumpra os requisitos previstos nos incisos I, II, III, IV e V deste caput, tenha formação de nível superior e comprove o exercício de atividade profissional correlata no período mínimo de 5 (cinco) anos até a data de publicação desta Lei.

 

Art. 4º – São atribuições do sanitarista, entre outras, sem prejuízo das atribuições dos demais profissionais de saúde com profissões regulamentadas:

I – analisar, monitorar e avaliar situações de saúde;

II – planejar, pesquisar, administrar, gerenciar, coordenar, auditar e supervisionar as atividades de saúde coletiva nas esferas pública, não governamental, filantrópica ou privada, observados os parâmetros legais e os regulamentos vigentes;

III – identificar, pesquisar, monitorar, registrar e proceder às notificações de risco sanitário, de forma a assegurar o controle de riscos e agravos à saúde da população, nos termos da legislação vigente;

IV – atuar em ações de vigilância em saúde, inclusive no gerenciamento, supervisão e administração, nas instituições governamentais de administração pública direta e indireta, bem como em instituições privadas, não governamentais e filantrópicas;

V – elaborar, gerenciar, monitorar, acompanhar e participar de processos de atenção à saúde, de programas de atendimento biopsicossocial e de ações, inclusive intersetoriais, de prevenção, proteção e promoção da saúde, da educação, da comunicação e do desenvolvimento comunitário;

VI – orientar, supervisionar, executar e desenvolver programas de formação nas áreas de sua competência;

VII – executar serviços de análise, classificação, pesquisa, interpretação e produção de informações científicas e tecnológicas de interesse da saúde e atuar no desenvolvimento científico e tecnológico da saúde coletiva, levando em consideração o compromisso com a dignidade humana e a defesa do direito à saúde;

VIII – planejar, organizar, executar e avaliar atividades de educação em saúde dirigidas em articulação com a população em instituições governamentais de administração pública direta e indireta, bem como em instituições privadas e organizações não governamentais.

 

Art. 5º – Os sanitaristas, no exercício de suas atividades e atribuições, devem zelar:

I – pela observância a princípios éticos, à dignidade da pessoa humana e aos direitos sociais e de cidadania;

II – pelo respeito e defesa dos princípios e diretrizes do SUS;

III – pela legalidade, impessoalidade, eficiência, moralidade administrativa, transparência e publicidade dos atos de gestão, com respeito à privacidade e à intimidade das pessoas;

IV – pela segurança sanitária da população, de forma a prevenir exposição a riscos e potenciais danos;

V – pela garantia de sigilo e de privacidade dos dados e informações em saúde.

 

Art. 6º – O exercício da profissão de sanitarista requer prévio registro em órgão competente do SUS, o qual será feito mediante a apresentação de documentos comprobatórios de conclusão dos cursos previstos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 3º desta Lei ou a comprovação da experiência profissional nos termos do inciso VI do caput do referido artigo.

 

Art. 7º – A fiscalização da profissão de sanitarista será realizada na forma da regulamentação.

 

Art. 8º – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

 

Brasília, 16 de novembro de 2023; 202º da Independência e 135º da República.

 

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Camilo Sobreira de Santana

Flávio Dino de Castro e Costa

Nísia Verônica Trindade Lima

Luiz Marinho

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