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Primeira-dama visita comunidade quilombola e discute ações para estimular produção artesanal

A primeira-dama do Estado e presidente de Honra do Programa do Artesanato Paraibano (PAP), Ana Maria Lins, esteve na manhã desta quarta-feira (18) no Quilombo Os Rufinos, na zona rural de Pombal, no Sertão paraibano. Esta é a terceira de uma série de visitas que a primeira-dama está fazendo às comunidades quilombolas, cuja produção artesanal será homenageada no 37° Salão do Artesanato, que será realizado no mês de janeiro, na orla marítima de João Pessoa, em parceria com o Sebrae.

Discutir os detalhes da homenagem, conhecer in loco o trabalho dessas comunidades, ouvir suas reivindicações para implementação de políticas públicas que melhorem as condições de trabalho e de vida são alguns dos objetivos dessas visitas técnicas — no mês de agosto Ana Maria Lins esteve no Quilombo Ligeiro de Baixo, em Serra Branca e, nessa terça-feira (18), ela conheceu a produção artesanal centenária do Quilombo Serra do Talhado, no município de Santa Luzia.

Para Ana Maria Lins, as visitas técnicas são fundamentais para que as ações do Governo do Estado em prol das comunidades quilombolas possam ir além da homenagem no 37° Salão do Artesanato Paraibano. “É um momento de ver como as comunidades quilombolas fazem a sua produção artesanal e o que precisam para continuarem com o estímulo necessário à preservação de uma cultura tão importante na história da Paraíba. Todas essas reivindicações, além de serem ouvidas por auxiliares do Governo do Estado que acompanham essas visitas, também serão levadas por mim ao governador João Azevêdo”, afirmou.

“Essa homenagem aos artesãos e artesãs quilombolas nos enchem de muita expectativa, haja vista o excelente resultado que o 35º Salão, que homenageou a cultura indígena, conseguiu. Foram comercializados mais de dois milhões e meio de reais. A sociedade como um todo abraçou o artesanato paraibano, e eu tenho certeza de que o Salão será um sucesso”, prosseguiu Ana Maria Lins.

A secretária do Desenvolvimento do Turismo e Desenvolvimento Econômico (Setde), Rosália Lucas, ressaltou que a homenagem à produção quilombola da Paraíba vem ao encontro de uma série de políticas que já vêm sendo adotadas pela pasta para valorizar ainda mais essas comunidades. “Vamos estruturar uma rota do turismo que nós temos na Paraíba graças à existência das comunidades quilombolas. Com isso, vamos criar as condições necessárias para que as famílias que vivem nessas comunidades — são 49 em todo o Estado — possam ter garantia de renda, de ocupação e, acima de tudo, tenham estímulos para continuar na preservação desses espaços”, adiantou.

Já a secretária executiva da Mulher e da Diversidade Humana, Cristiana Almeida, também ressaltou que a homenagem às comunidades quilombolas pelo Salão do Artesanato se soma às políticas públicas da pasta. “Os povos quilombolas são um público-alvo da nossa Secretaria. E esse é um momento de ouvirmos as demandas, nessa imersão e nessa troca de conhecimento com esses povos tão importantes na preservação da nossa história. Essa homenagem é também um resgate histórico, proposto pelo governador João Azevêdo, e que terá grande sucesso”, disse.

A gestora do PAP, Marielza Rodriguez, disse que o momento é de definir os detalhes. “Além da nossa presidente de Honra, Ana Maria Lins, essas visitas são acompanhadas por muita gente, que vem sentir de perto como é forte o artesanato produzido nos quilombos e beber na fonte para desenvolver a ambientação, todo o projeto dessa justiça homenagem a essas comunidades”, comentou.

O presidente da Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas da Paraíba, José Amaro, destacou que a homenagem no 37° Salão do Artesanato Paraibano é um momento muito importante. “O momento trazido por essa homenagem é singular, porque cada dia que ocorre um momento desse, nós das comunidades quilombolas, saímos fortalecidos. Somos 49 comunidades quilombolas e representamos cerca de seis mil famílias. Portanto, são cerca de 30 mil negros e negras que esperavam por esse momento”, externou.

A comunidade quilombola Os Rufinos, localizada na zona rural de Pombal, desenvolve um artesanato decorativo e utilitário — uma geração inteira que resistiu à passagem do tempo e preservou suas raízes, como o mestre José Nilson da Silva. “Eu sei do valor do artesanato que a gente produz. Mas uma homenagem dessa deixa esse sentimento nosso ainda mais forte. Todo o meu povo está muito feliz com essa homenagem e vamos representar bem todas as outras comunidades quilombolas da Paraíba”, comentou.

A visita da primeira-dama do Estado à comunidade quilombola Os Rufinos foi acompanhada, ainda, pela curadora do PAP, Janete Rodriguez; pela coordenadora de Capacitação do PAP, Iara Alencar; e por diversas lideranças da região.

Preservação das raízes — Nas comunidades remanescentes de Quilombos da Paraíba encontra-se uma vasta produção artesanal, inclusive, com a presença de artesãos que já participaram de diversas edições do Salão do Artesanato. Tão vasta que está espalhada por toda a Paraíba. No município de Dona Inês (Cruz da Menina), por exemplo, tem o artesão Sérgio Teófilo, que faz esculturas em madeira e artigos em cerâmica. Já em Ingá (Pedra D’água), mais de 100 mulheres são artesãs envolvidas no bordado labirinto; em Riachão do Bacamarte (Grilo), há 30 mulheres que também dominam a arte do bordado labirinto.

No município de Santa Luzia (Serra do Talhado), mais de 150 pessoas trabalham com barro, cerâmica primitiva tradicional. Enquanto isso, no município de Serra Branca (Ligeiro de Baixo), cinco famílias produzem cerâmica decorativa e utilitária. Em Pombal (Os Rufinos), artesãos e artesãs fazem cerâmica decorativa e utilitária, tudo com qualidade de exportação.

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