“É uma vítima do sistema”, dispara vereador Carlão sobre a cassação do mandato de Dallagnol

A cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) ocorrida na última terça-feira (16) por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) causou indignação no vereador Carlão (PL). De acordo com o que disse o parlamentar na tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa nesta quinta-feira (18), a decisão é resultado de uma perseguição política.

“Vimos um deputado federal que recebeu 344 mil votos ser condenado em um minuto e 26 segundos. Esse foi o tempo para exterminar o mandato de um homem que só entrou para a seara pública porque sabia que seria vítima de perseguição. Dallagnol, que lutou contra a corrupção, a lavagem de dinheiro, o Mensalão, o Petrolão; que saiu do Ministério Público, abrindo mão do seu sonho de proteger o sistema para não ser perseguido, é uma vítima do sistema”, revoltou-se o parlamentar.

Para Carlão, a decisão do TSE passa a mensagem de que vale a pena ser corrupto. “A cassação de Dallagnol é uma mensagem para a Nação dizendo: ‘não lutem contra nós, porque vamos voltar ao poder e perseguir um a um’. Ele fez o certo e foi cassado. O sistema está dizendo que vale a pena ser corrupto. Essa quadrilha com sede de vingança está indo atrás daqueles que estavam fazendo justiça. A esperança de vencer esse sistema apodrecido diminui com a cassação”, lamentou.

O vereador ainda afirmou que pela primeira vez durante o exercício de seu mandato sentiu receio de utilizar a tribuna para se manifestar sobre o caso. “Pela primeira vez, tive medo de falar nessa tribuna. A verdade é que fiz um vídeo para dizer que não concordo com essas injustiças, mas não compartilhei nas redes sociais, porque tive medo. No entanto, se a gente se calar agora, não vamos falar nunca mais. Prefiro colocar em risco o meu mandato do que ficar calado. Não consigo compreender o que está acontecendo no Brasil. Não podemos aceitar isso calados, ver isso com normalidade. Meu sentimento é de revolta. O medo não pode superar a coragem e a vontade dos homens de bem”, protestou.